Há 30 anos em Brasília, o cineasta Renato Barbieri é um dos nomes que vai decidir qual filme nacional representará o Brasil na disputa por uma indicação a Melhor Filme Internacional do Oscar 2024. Ao lado de outros 25 especialistas do ramo, ele vai decidir qual produção brasileira se enquadra melhor nos critérios e “tem mais condição de competir” com outros longas internacionais.
“A decisão é coletiva. Acredita que será mais pelo interesse, em qual filme tem mais condição, de fato, de estar entre os cinco filmes [indicados ao Oscar] para alavancar o cinema brasileiro. Vai ser um ótimo debate, em que serão ressaltados valores e/ou limitações das obras para esse lugar, que é Oscar de filme estrangeiro”, analisa o diretor.
Barbieri conta que não pode falar sobre os filmes que estão na seleção, mas explica que todos os filmes nacionais lançados no anterior ao da premiação e que tenham ficado pelo menos uma semana no circuito comercial podem se inscrever na disputa. “Cada um inscreve o seu filme e a comissão analisa os inscritos.”
Para ser uma das pessoas responsáveis por essa análise, é preciso ser sócio da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais e se inscrever para a atividade. Este ano, o órgão escolheu, além de Renato Barbieri, Affonso Beato, Alessandra Krueger, André Carreira, Ane Siderman, Bruno Torres, Carlos Alberto Mattos, Cecilia Amado, Clarisse Goulart, Cris Cunha, Diane Maia, Estevão Ciavatta, Fernanda Mandriola, Fernanda Parrado, Gabriel Martins, Hsu Chien, Ilda Santiago, João Vieira Jr., Magali Wistefelt, Michel Tikhomiroff, Plinio Profeta, Sol Moraes, Tatiana Carvalho Costa, Virgínia Cavendish e Walter Lima Jr.
“Estou no meio de um grupo muito legal. Um grupo de super profissionais do cinema, como os colegas dessa comissão. É lógico que fico muito honrado do cinema do Distrito Federal estar representado por mim e pelo Bruno Torres.”
Trabalhos de Renato Barbieri
Mas não é apenas de concorrentes ao Oscar que a agenda do cineasta está cheia. Ele está em fase de produção do longa A África Dentro da Gente, que teve cenas gravadas na capital no começo de julho.
“É como se Brasília fosse o meu ‘ninho de criação’, por ter essa ligação tão pessoal com a cidade e por ter começado a filmar em Brasília uma experiência muito pessoal sobre a África. Acho que é uma cidade fantástica para a criação em qualquer campo”, afirma o diretor.
No novo trabalho, ele pretende “mostrar a África de um olhar não preconceituoso, que não a diminua, não a rebaixe”. Além disso, conta que pretende “firmar uma perspectiva brasileira” e mostrar que “a África tem algo a nos ensinar”. O longa deve estrear em festivais no fim de 2024.
