Nessa terça-feira (24/11), o ministro da Educação da Austrália revelou que as recentes declarações antissemitas de Kanye West podem se tornar um impasse diplomático para o país, que pode barrar a entrada do rapper em território nacional nas próximas semanas.
“Eu não sei se ele já solicitou um visto, mas pesquisa no Google e você verá que parece que ele é um grande fã de uma pessoa que matou seis milhões de judeus no século passado”, disse Jason Clare, em um programa de televisão local.
Segundo a revista New Musical Express, o rapper planeja viajar a Austrália, país natal de sua esposa, a arquiteta Bianca Censori, nos próximos dias.
O ministro informou ainda não saber se Kanye West já solicitou um visto para entrar no país, mas disse que a Austrália possuí um histórico de recusar a entrada de pessoas em opiniões anti-semitas.
“Pessoas assim que solicitaram vistos para entrar na Austrália no passado foram rejeitadas. Espero que, se ele se candidatar, tenha que passar pelo mesmo processo e responder às mesmas perguntas que eles”, disse Clare.
Em outros momentos, a Austrália negou vistos para figuras ligadas a extrema-direita, como Gavin McInnes, fundador dos Proud Boys, em 2018, e o teórico da conspiração britânico David Icke em 2019. Apesar do Ministério da Imigração do país não ter se posicionado sobre o assunto, lideranças da Austrália sinalizaram apoio ao veto da entrada de Kanye West.
O político David Coleman, do Partido Liberal, disse nesta quarta-feira (25/1) que a decisão de do ministro da Imigração, Andrew Jgiles, em aceitar ou não a entrada do rapper no país é “fácil”.
Já o Conselho Executivo dos Judeus Australianos informou ter tido uma reunião com o governo buscando a proibição da entrada do rapper no país, e afirmou ter tido uma “audiência compreensiva”.
No último ano, Kanye West disparou uma onda de antissemitismo nas redes sociais e chegou a ter perfis bloqueados por conta de falas polêmicas. Em dezembro, o rapper chegou a afirmar que enxergava “coisas boas” em Adolf Hitler.
