Durante uma conversa com Lucas Pizane, Yasmin Brunet e outros brothers, nessa quinta-feira (11/1), sobre música pop e produções culturais, Wanessa Camargo citou o livro Sociedade do Espetáculo. A fala da artista fez com que muitos fãs procurassem sobre o livro escrito pelo intelectual francês Guy Debord (1931-1994).
No papo, Wanessa disse: “Tem um livro, A Sociedade do Espetáculo. Leia para entender toda a parte política por trás disso, tem um interesse genuíno de gente que está no comando de não enriquecer a cultura de um povo, e sim de emburrecer”.
A Sociedade do Espetáculo
Lançado em 1967, Sociedade do Espetáculo é, em linhas gerais, uma critica marxista cultural. A obra foi uma das “Bíblias” dos protestos conhecidos como “maio de 1968” na França.
Em artigo, Rodolfo Ward, doutorando em artes visuais pela Universidade de Brasília (UnB), explica o pensamento de Guy Debord no livro.
“Para Debord, vivemos em uma ‘sociedade do espetáculo’, onde a mercadoria e a aparência se tornaram mais valorizadas no contexto das relações sociais, tornando-se uma forma de relação social em que o ter e o aparentar ser suprem momentaneamente o viver, objetificando e artificializando as experiências, que deixam de ser vividas em sua essência”, escreve o pesquisador.
“O espetáculo não é apenas um conjunto de imagens postadas ou compartilhadas nas plataformas de mídias sociais, ele está inserido no contexto das relações sociais contemporâneas, mediando as relações entre as pessoas por imagens, narrativas e enquadramentos. E esse espetáculo, essa atuação social, contribui para a criação da realidade coletiva nos dias atuais”, avalia Ward.
Nascido em Paris, Guy Debord tornou-se um dos mais importantes intelectuais marxistas de sua geração. Desde jovem demonstrou interesse por política, com alinhamento sempre à esquerda.
