Crítica: Ruído Branco é reflexão barulhenta sobre a morte e a vida

Ruído Branco, novo filme de Noah Baumbach, na Netflix, questiona a sociedade e apresenta questões existenciais

atualizado 03/01/2023 19:20

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Ruído Branco, novo filme de Noah Baumbach na Netflix Wilson Webb/Netflix

Ruído Branco, novo filme de Noah Baumbach, na Netflix, é daquelas obras que vai intrigando nos primeiros minutos. Há um momento no qual a gente se pergunta: o que está acontencendo aqui? É tanta cacofonia, confusão e falas e mais falas que dá certa agonia. Mas, acredite, isso é bom!

Baseado no livro de Don DeLillo, publicado em 1984, o filme reproduz a crítica a uma sociedade hipermidializada, consumista e, mesmo que com grande acesso, completamente confusa e desinforda. Ruído Branco, então, ganha uma camada extra pelo fato de que: a realidade de 34 anos atrás se parece absurdamente com a atual.

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Adam Driver e Greta Gerwig em Ruído Branco
Ruído Branco tem Adam Driver como protagonista
Don Cheadle e Adam em Ruído Branco
Cena do filme Ruído Branco
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Cena do filme Ruído Branco

Netflix/Divulgação
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Adam Driver e Greta Gerwig em Ruído Branco

Netflix/Divulgação
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Ruído Branco tem Adam Driver como protagonista

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Don Cheadle e Adam em Ruído Branco

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Cena do filme Ruído Branco

Essa semelhança ganha mais elementos quando surge uma catástrofe de proporções gigantescas – um caminhão bate em um trem e surge uma fumaça tóxica. O fato obriga todos a saírem de casa e ficarem de quarentena em abrigos. Mas, o que vem depois, é o choque do trauma coletivo – sim, ler isso e não lembrar da pandemia de Covid-19 é quase impossível.

E assim Ruído Branco abre caminho para discutir a sua grande questão existencial – que (me permitam um mero chute) deve ser a maior dos seres humanos: a morte. Jack Gladney (Adam Driver) e sua esposa, Babette (Greta Gerwig), são obcecados pela noção do fim: quem se vai primeiro, a finitude, o além-vida e por aí vai. Obsessão que se espalha entre os filhos e enteados que habitam a casa barulhenta.

Mas como refletir sobre tal questão existencial (o fato que vamos todos morrer) em meio a tantos barulhos, tantas coisas acontecendo que se parecem com o ruído branco da televisão. Principalmente, em um mundo (na década de 1980) que privelegia a performance ao conteúdo, onde tudo toma proporções gigantescas, onde um remédio vira complo, e um acidente vira uma catástrofe de proporções gigantescas.

É esse o desafio proposto por Noah Baumbach (História de um Casamento) em Ruído Branco. Um filme que permite diversas leituras, diverso pontos, e que abre caminho para se questionar sobre suas próprias questões existências.

Avaliação: Ótimo

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