O barulho da chuva, a respiração de um cachorro, o som de uma bebida sendo servida em um copo de vidro com gelo, um telefone tocando e a inconfundível voz de Selton Mello. Esses são os primeiros sons de França e o Labirinto, nova áudiossérie do Spotify que oferece uma ficção policial para quem busca algo diferente para escutar nos fones de ouvido.
E, sim, nos fones de ouvido. Essa é uma das recomendações feitas antes mesmo da história começar. “Os detalhes sonoros são muito ricos. A pessoa vai curtir ouvir a série sem fone, mas ela vai viajar ouvindo com. O que eles fizeram na mixagem é muito impressionante”, garante Selton em entrevista coletiva.
Protagonista da trama, ele encarna o detetive particular Nelson França, que colaborou com a polícia na captura de um serial killer e volta a se envolver com a história após uma nova vítima ser encontrada. Desta vez, o investigador também tem um novo desafio: ele ficou cego após um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Para garantir mais fidelidade à representação do personagem, eles contaram com a consultoria do deficiente visual Lucas Radaelli. “Ele ouvia, dava dicas. Às vezes a gente estava fazendo o episódio sete e ele falava ‘Acho que vocês deveriam melhorar o capítulo quatro colocando esse elemento’. Às vezes era uma coisinha bem específica e que ajudou demais a gente”, compartilha o ator.
Selton contou ainda que fez toda a gravação sozinho, apenas com direcionamentos dos diretores para criar a melhor interpretação:
“Era um trabalho de muita confiança e que exigiu muito da minha imaginação.”
O fascínio de Selton Mello pelo resultado
Disponível no Spotify, a primeira áudiossérie da plataforma a ser produzida integralmente no Brasil encantou o ator com o resultado. Na conversa, ele enfatizou a riqueza de detalhes proporcionadas pela produção, que promete levar o ouvinte junto com o personagem pela história.
Um dos pontos que deslumbrou o artista foi a inserção do cachorro Bonaparte, que vai além de um cão-guia e é também fiel escudeiro e confidente do detetive. “É fascinante ouvir pronto, porque gravei ele sozinho, aí quando ouvi pronto, estava lá um cachorro”, compartilha.
“Eu conseguia imaginar o cachorro, o fofinho, os barulhinhos, ele subindo no sofá, arranhando o sofá, latindo, você fala ‘nossa, eu estou vendo o cachorro’, você consegue sentir o cachorro. É uma experiência muito maneira, achei muito legal. O trabalho de mixagem e a riqueza sonora são muito impressionantes.”
Selton Mello aproveitou também para fazer uma sugestão: “Podiam pegar esse áudio e animar, e estava pronto, a série estava pronta. Também ficaria muito legal uma série de animação com esse áudio”.
