Vídeo: novo lixão e “lagoa” de chorume ameaçam Parque Nacional de Brasília

Metrópoles flagrou região com grande concentração de resíduos na região de fronteira entre o bairro Santa Luzia e a reserva ambiental

atualizado 05/02/2023 18:19

Compartilhar notícia
Lixo - Metrópoles Matheus Veloso/Metrópoles

“Não jogue lixo aqui, por favor”, diz uma placa na Chácara Santa Luzia, na Estrutural (DF), ao lado do Parque Nacional de Brasília. Mas o aviso é solenemente ignorado. A região de fronteira com a reserva ambiental está repleta de montes de dejetos e pequenas lagoas de restos orgânicos, semelhantes às poças de chorume.

O Metrópoles percorreu a região na manhã de quinta-feira (2/2). O local tinha fluxo intenso de caminhões. Após alguns despejos, famílias passavam pelos entulhos para recolher parte dos resíduos. Alguns catadores buscavam itens ao lado das poças de chorume.

Santa Luzia é uma das regiões mais carentes do Distrito Federal. Para o vice-diretor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Celso dos Reis Gomes, o risco de criação de um novo Lixão da Estrutural na região é preocupante.

“Aquela área está na franja da zona de amortecimento do Parque Nacional. Então, dificilmente, qualquer tipo de assentamento deveria ser formalizado”, disse o especialista.

Em conversas com membros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e especialistas ambientais, Paulo Celso ouviu a seguinte avaliação: do ponto de vista ambiental, a regularização da ocupação é muito improvável.

13 imagens
1 de 13

Na fronteira com o Parque Nacional, um grande volume de lixo é depositado em Santa Luzia

Matheus Veloso/Metrópoles
2 de 13

Caminhões despejam dejetos na região

Matheus Veloso/Metrópoles
3 de 13

Santa Luzia é uma das regiões mais carentes

Matheus Veloso/Metrópoles
4 de 13

Para especialistas, o impacto ambiental ainda baixo, mas o risco para a saúde da população é alto

Matheus Veloso/Metrópoles
5 de 13

Segundo ambientalistas, o SLU deve priorizar a limpeza na região para evitar o nascimento de um novo "Lixão da Estrutural"

Matheus Veloso/Metrópoles
6 de 13

Catadores recolhem resíduos nos montes de entulhos

Matheus Veloso/Metrópoles
7 de 13

Segundo o SLU, a prestação do serviço de coleta acontece às terças, quintas e sábados, entre 7h e 15h20. Se o lixo estiver fora desses dias e horários, trata-se de descarte irregular

Matheus Veloso/Metrópoles
8 de 13

A região é tomada por pontos com chorume

Matheus Veloso/Metrópoles
9 de 13

O local é tomado por insetos e cheiro ruim

Matheus Veloso/Metrópoles
10 de 13

O MPDFT pretende averiguar a situação na região

Matheus Veloso/Metrópoles
11 de 13

O SLU afirmou que cumpre com um cronograma de coleta mecanizada e manual três vezes por semana no local

Matheus Veloso/Metrópoles
12 de 13

Para ambientalista, o governo poderia instalar contêineres subterrâneos na região para evitar o acumulo de dejetos

Matheus Veloso/Metrópoles
13 de 13

Os caminhões do SLU não conseguem percorrer as ruas de Santa Luzia

Matheus Veloso/Metrópoles

A ocupação começou como uma favela e os imóveis de alvenaria começaram a se proliferar. “Ali tem de se pensar em uma solução de reassentamento para boa parte da população. As famílias precisam ir para outro local. E é necessário um trabalho de recuperação da área”, comentou. Há registro de gás metano em alguns pontos de Santa Luzia, por exemplo. E há risco de incêndio.

Omissão do Estado

Na avaliação do promotor de Justiça Roberto Carlos Batista, membro da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema), Santa Luzia nasceu da omissão do Estado na fiscalização. A Prodema pretende averiguar o caso para tomar as providências cabíveis, caso necessário.

“A ocupação territorial do DF tem que ser planejada para não se buscar remediar a posteriori casos que ofereçam risco ou catástrofe, sobretudo ao meio ambiente e à qualidade de vida da população”, assinalou o promotor do MPDFT.

SLU

O SLU informou que em Santa Luzia a coleta é ponto a ponto e não de casa em casa, pois o caminhão não consegue adentrar nas ruas estreitas. Dessa forma, os moradores dispõem seus resíduos em pontos comumente utilizados para a coleta do caminhão.

“A prestação do serviço de coleta acontece às terças, quintas e sábados, entre 7h e 15h20. Se o lixo estiver fora desses dias e horários, trata-se de descarte irregular. Dispondo fora dos dias e horário das coletas, o lixo fica exposto a animais que rasgam o saco em busca de alimentos e catadores em busca de recicláveis”, afirmou o SLU.

Segundo o SLU, nesse período de chuva é inevitável que a água se acumule em meio aos resíduos provocando mau cheiro e presença de insetos. “Tudo isso poderia ser evitado com o acondicionamento correto dos resíduos e disposição nos dias e horários certos”, destacou.

O SLU argumentou que cumpre um cronograma de coleta mecanizada e manual três vezes por semana. O órgão público acrescentou que muitos moradores da região tem como atividade econômica a reciclagem e, portanto, utilizariam diversas áreas públicas para armazenar seus recicláveis.

Compartilhar notícia
Tá bombando
Últimas notícias
  • JWPLAYER

    <div style=”position:relative;overflow:hidden;padding-bottom:56.25%”><iframe src=”https://cdn.jwplayer.com/players/yuagbah7-UoHZWlYw.html” width=”100%” height=”100%” frameborder=”0″ scrolling=”auto” title=”CBMDF combate queimada em mata próxima a Papuda.mp4″ style=”position:absolute;” allowfullscreen></iframe></div> Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Faça uma […]

  • JWPLAYER

    Aqui vai o embed: Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar
Sair da versão mobile