O famoso “buzinaço”, comumente utilizado para algum tipo de protesto, ganhou um significado diferente nesta terça-feira (4/4). Em um carro decorado com balões na cor rosa, Alice Abdalla, 9 anos, e sua família percorreram ruas de Brasília, no Distrito Federal, comemorando a última sessão de quimioterapia da criança.
Em mensagens escritas na parte traseira do veículo, a menina pede aos motoristas que buzinem para comemorar a vitória com ela.
Ao Metrópoles Ruth Abdalla, mãe de Alice, disse que a ideia da ação partiu da pequena. “Ela pediu para o pai dela encher o carro de balão e colorir o vidro com a mensagem. Meu marido, então, logo topou e decoramos o veículo”, declarou a mulher.
Durante seis meses a criança enfrentou um tumor maligno que comprometeu todo o sistema reprodutor dela, que precisou ser retirado. Além disso, devido a quimioterapia, Alice desenvolveu uma grave anemia e precisou de transplante de sangue. “Graças a Deus comemoramos, hoje, o fim de um ciclo. É, de fato, uma vitória conquistada”, pontuou Ruth.
Confira as imagens:
“Foram ciclos difíceis e pesados. Hoje só temos a agradecer a Deus pela vitória que Ele nos concedeu. Alice é uma guerreira e uma leoa. Ela passou por tudo isso, emagreceu 30 quilos, e hoje venceu. Estamos muito alegres. As buzinas foram emocionantes. Sentimos que muitas pessoas nos abençoaram com a atitude e celebraram conosco”, contou a mãe da menina.
Ela disse, inclusive, que o apoio de instituições, como o Hospital da Criança, a Abrace, bem como de todas as pessoas que doaram sangue à Fundação Hemocentro de Brasília, fez toda a diferença para a conquista da pequena.
“Fomos abraçados por todos. A campanha que fizemos lá atrás para doação de sangue, vemos efeitos até hoje. A doação de sangue salva vidas. A Alice é testemunho vivo disso. Agora, só temos a agradecer”, finalizou.
Juntos por Alice
Alice é moradora de Samambaia e está no quinto ano do Ensino Fundamental. A menina descobriu o problema de saúde após procurar o hospital reclamando de fortes dores na barriga. No local, a família foi informada que a criança estava com uma massa, de 3 centímetros, no útero.
“Essa massa se desenvolveu muito rápido. De uma semana pra outra o tumor evoluiu nove centímetros. Quando a gente fez a ressonância, ela já estava com doze centímetros. Em 15 de novembro, quando Alice fez a cirurgia, a massa estava com dezoito centímetros. Quero dizer, foi algo que cresceu muito rápido”, disse Ruth Abdalla.
“A situação comprometeu os órgãos reprodutores da minha filha, que precisaram ser retirados. Uma semana depois, descobrimos que ela está com um tumor no estômago, que também precisa ser tratado”, declarou.
Segundo a mulher, a pequena precisou de transfusão de sangue devido às consequências da quimioterapia, que a fizeram desenvolver uma grave anemia. “Agora, Alice está fazendo quimioterapia. Ao começar esse tratamento, ela reagiu muito mal. Passou a vomitar com frequência e desenvolveu uma anemia profunda e, por isso, necessita das bolsas de sangue”, completou.
À época, a família chegou a criar uma campanha nas redes sociais para incentivar a doação de sangue à Fundação Hemocentro de Brasília, o “Juntos por Alice”.
O nosso pedido não foi apenas por Alice, mas também por todas as crianças que estão no hospital. Lá tem muitos jovens de fora de Brasília e para conseguir ajuda de longe é muito difícil. Então, a nossa intenção hoje é abraçar aqueles pequenos que também necessitam”, disse a família durante a ação.
