No vídeo de uma ação truculenta da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) contra ambulantes na Rodoviária do Plano Piloto, nessa terça-feira (23/5), um integrante da corporação se destacou pela agressividade. O soldado Iuri Edson Azevedo Gomes aparece em vídeo, enquanto grita para quem estava no local “Quem quer tiro?” e aponta uma escopeta calibre 12 contra os presentes.
Uma mulher chega a desafiar o militar, pede que ele dispare e aponta para a própria testa. Em seguida, o policial ergue uma escopeta e aponta em direção ao rosto dela. Na sequência, Iuri Edson olha para quem filmava a ação e manda a pessoa se afastar.
Durante a abordagem, outro policial militar aparece empurrando ambulantes no chão, enquanto aponta uma arma contra eles. A ação visava inibir o comércio irregular no terminal rodoviário.
Antes de prestar concurso para a carreira militar, Iuri Edson se formou em engenharia civil pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Nas mídias sociais, ele segue páginas com nomes como “Garoto conservador” e “Somos todos Bolsonaro”, e faz publicações contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e contra o partido do petista.
Veja imagens da ação:
Iuri Edson atua como soldado de primeira classe — em início de carreira —, segundo o Portal da Transparência do Distrito Federal, e entrou para a corporação em 2020, de acordo com o Diário Oficial (DODF).
O militar, portanto, encontra-se em fase semelhante à de estágio probatório na corporação, pois a estabilidade na carreira só é atingida após 10 anos de serviço, com base na Lei nº 7.289/1984, o estatuto da corporação.
O soldado é lotado no 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM), responsável pela segurança na área da Esplanada dos Ministérios.
Em nota, o Governo do Distrito Federal (GDF) informou que a PMDF atuou em apoio à Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), em fiscalização de ambulantes ilegais na Rodoviária do Plano Piloto.
“A presença da PMDF tinha objetivo de agir em defesa da manutenção da ordem e da segurança dos servidores. A corporação preza pela mediação de conflitos e é treinada e constantemente orientada para uso seletivo da força”, destacou o GDF.
O Executivo local acrescentou que as imagens serão analisadas e que todo e qualquer excesso quanto à conduta dos policiais será apurado.
O Metrópoles tentou contato com Iuri Edson, mas não teve resposta até a mais recente atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
