A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa (CLDF) que investiga os atentados de 8 de janeiro fez mais uma tentativa para ouvir o ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres. Um novo requerimento de convocação foi aprovado na sessão desta quinta-feira (16/3).
O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), já havia adiantado ao Metrópoles na última quarta (15/3) que faria a tentativa. Torres comunicou à CPI que não iria prestar depoimento na Casa.
O deputado pastor Daniel de Castro (PP) chegou a sugerir para Chico uma outra forma de colher o depoimento. “É público e notório que ele não vem, não seria interessante criar uma comissão de dois ou três deputados para irem lá conversar com ele?”, questionou. Mas a presidência insistiu na oitiva na Câmara e aprovou o novo requerimento.
Em documento enviado para os distritais que fizeram a convocação, o advogado Rodrigo Roca cita que ele “nada mais tem a acrescentar ao que já foi declarado à Polícia Judiciária, em ato que durou mais de 10 horas”.
A Câmara Legislativa fez diversas tentativas de convocação. Na última, deu condições especiais para Torres, como a dispensa do uso de algemas em uma oitiva sem transmissão ao vivo. Caso concordasse com a convocação, ele seria ouvido na próxima semana, dia 23.
Depoimento ao TSE
Torres está preso no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará II, e vem sendo investigado pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando houve tentativa de golpe em Brasília.
O ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) presta depoimento nesta quinta-feira (16/3) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode tornar o ex-presidente inelegível. A oitiva será por videoconferência. Torres falará na condição de testemunha.
Condução coercitiva
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes havia decidido que não há legalidade para uma condução coercitiva de Torres até a CLDF, e liberou o ex-secretário para escolher se iria ou não prestar depoimento.
O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), recebeu o comunicado na noite desta quarta-feira (15/3) e prometeu novas tentativas. “Vamos convocar de novo, até ele mudar de ideia. Amanhã mesmo eu apresento o requerimento para convocação de depoimento para o dia 23”, comentou.
Para o deputado, a argumentação da defesa de que Torres já deu todos os esclarecimentos dentro da investigação do STF “não justifica nada”. “A PF é um tipo de investigação, a da CPI é completamente diferente.”
