Após novas reuniões com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), policiais penais federais suspenderam a paralisação nacional marcada para esta sexta-feira (14/4). O ato afetaria as cinco penitenciárias federais do Brasil.
Presidente do Sindicato de Policiais Penais Federais do Distrito Federal (Sindipol), Varlei Ferreira Silva afirmou que a decisão se deu após uma “promessa de retomada do diálogo” com o MJSP.
Lideranças sindicais que representam a categoria disseram ter sido procuradas pelo secretário-executivo do MJSP, Ricardo Cappelli. Em reunião com o ministro Flávio Dino, na tarde dessa quinta-feira (13/4), os representantes do ministério se comprometeram a criar uma proposta de regulamentação da carreira da Polícia Penal Federal.
Roberta Esteves, vice-presidente da Associação Nacional de Policia Penal Federal (ANPPF), destacou que a proposta anterior seguiu para o governo federal sem participação da classe. Agora, o MJSP comunicou que o documento proposto não está fechado e, por isso, pode passar por mudanças, como esperam os servidores públicos.
Regulamentação da carreira
Insatisfeitos com a atual gestão do secretário Nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco, policiais penais federais de todo país marcaram uma paralisação de 24 horas para a manhã desta sexta-feira (14/4).
Para a Federação Nacional dos Policiais Penais Federais (FENAPPF), o atual governo prometeu encaminhar a regulamentação da carreira nos primeiros 100 dias do mandato, mas isso não ocorreu por “descaso do gestor do órgão, Rafael Velasco”, segundo a organização.
Em nota, a categoria disse ter elaborado, junto a Velasco, um projeto de lei para regulamentar a carreira. Contudo, o documento enviado ao MJSP não incluía os acordos feitos com os sindicatos.
A categoria considerou o documento final “um projeto inconstitucional e cheio de vícios”, que não representava a vontade dos policiais penais e com previsão de salários menores.
Presidente da FENAPPF, Gentil Nei Silva argumentou que os policiais enfrentam descaso. “Perdemos três colegas assassinados pelo crime organizado e, mesmo assim, os gestores não se preocupam com os servidores”, criticou.