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Servidora da SES-DF nega agressões contra turco: “Nunca mantive em cárcere”

Ao Metrópoles Gina Sereno negou crime de cárcere privado e disse ter sido vítima de agressões, além de extorsão, por parte de Vedat Gõze

atualizado 31/03/2023 16:05

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Violencia AHMET YARALI/Getty

Denunciada por suspeita de manter o turco Vedat Gõze, 27 anos, em cárcere privado, roubá-lo e dopá-lo, a técnica em enfermagem da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) Gina Sereno, 43, nega as acusações e diz ter sido vítima de agressão. A Polícia Civil (PCDF) investiga o caso.

“Não dopei ele. Não existe nenhum relato em relação a isso. Inclusive, ele até falou bem de mim para o delegado”, contou ao Metrópoles.

Boletim de ocorrência registrado nessa quinta-feira (30/3) detalha que os dois se conheceram pelo chat de relacionamento Bermuda. Vedat teria demonstrado interesse em ter um relacionamento sério com Gina, que comprou passagem para que o turco viesse ao Distrito Federal.

Cinco dias após chegar à casa da servidora pública, em 18 de fevereiro, Vedat teria sentido o clima ficar “estranho” e revelou que queria voltar à Turquia. À polícia o turco contou que a servidora se mostrou “extremamente revoltada” com a notícia e que passou a agredi-lo.

Gina negou os relatos e disse ter sido vítima de extorsão. “Gastei horrores com ele aqui. Nunca mantive em cárcere privado. Até ontem [quinta-feira, ele] estava aqui comigo, andando de cima para baixo. Tudo o que esse homem pedia eu fazia”, enfatizou.

Em depoimento, Vedat disse que Gina teria guardado o passaporte e o chip do celular dele, para permitir que ele fizesse ligações à família só em horários determinados por ela. Ele acrescentou que estava com sono havia dois dias e que a técnica em enfermagem teria aplicado injeções nele.

A servidora pública também relatou que isso não ocorreu e que a inquietação dele seria resultado de abstinência de drogas. “Ele perdeu os documentos. Esse rapaz era usuário de drogas lá na Turquia. Tem todos os vestígios ainda de uma pessoa nervosa e agressiva. Sofri violência psicológica dentro de casa. Ontem [quinta-feira], não o denunciei para que ele não ficasse preso [no Brasil] e fosse embora”, rebateu Gina.

“Todo mundo sabe que eu estava em um relacionamento, mas, em momento algum, eu mantive [Vedat] em cárcere privado. No Ramadã [período sagrado para os muçulmanos], ele passava o dia todo sem comer. Comia só de noite, ficava tremendo e fraco, passava o dia todo dormindo. Não administrei qualquer medicação nele. Pelo contrário, até o levei à UBS [unidade básica de saúde]”, completou a técnica em enfermagem.

Gina contou à reportagem que Vedat dava chute em portas e ficava desesperado toda vez em que falava com a família, na Turquia. “Eles ficavam pressionando para ele ir embora. Eu fazia as comidas, e ele nem comia. Falava que comida do Brasil era um nojo”, comentou Gina.

“Ele veio às minhas custas, para chegar aqui e fazer uma coisa dessas. Foi caso pensado, pois queria ganhar presentes, mas, quando viu que não tinha, começou a ficar nervoso. Ele queria um iPhone 14. Achava que eu era rica”, completou a técnica em enfermagem.

O caso

Vizinhos de Gina acionaram a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na tarde dessa quinta-feira (30/3) e relataram ouvir gritos de dentro da casa de servidora pública. Além disso, denunciaram que um estrangeiro estaria sofrendo agressões há dias.

Equipes do 17º Batalhão da PMDF foram à casa de Gina, e a servidora teria dito aos militares que não deixaria Vedat ir embora.

Os dois foram levados para a 8ª Delegacia de Polícia, que investiga o caso. A técnica em enfermagem assinou termo circunstanciado e foi liberada; o homem, levado para a Embaixada da Turquia.

Procurada pela reportagem, a SES-DF informou que o caso está sob responsabilidade da polícia, pois “o ocorrido não tem ligação com dever funcional da servidora”. “No âmbito da secretaria, após as investigações, a servidora estará sujeita ao que consta na Lei [Distrital] nº 840/2011”, comunicou a pasta.

O Metrópoles também tentou contato com a Embaixada da Turquia no Brasil, mas os representantes do país não quiseram conversar com a reportagem.

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