A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (6/2), a operação Mater Avaritia com o objetivo investigar e combater o tráfico internacional de pessoas, em especial a venda e a realização de procedimentos clandestinos de adoção de crianças brasileiras por europeus.
No decorrer das investigações, foi verificado que uma brasileira, moradora de Curitiba, teria negociado a venda de seu filho, ainda no ventre, para um cidadão português. A mulher viajou para Portugal poucos dias antes da data do parto e deu à luz a criança naquele país. Logo após o parto, ela retornou ao Brasil e deixou o bebê na Europa.
Segundo a PF, foram identificados indícios robustos de que a negociação da criança e os procedimentos de adoção clandestina realizados teriam sido intermediados por uma pessoa de São Paulo, motivo pelo qual foram cumpridos, na manhã desta terça (6), mandados de busca e apreensão em Curitiba e em São Paulo.
A investigação contou com o apoio da Interpol e da Polícia de Portugal. Com base nos fatos identificados pela Polícia Federal do Brasil, foi instaurado um novo procedimento investigatório criminal pelas autoridades portuguesas, no qual os suspeitos passaram a ser também investigados por crimes relacionados ao tráfico internacional de pessoas na Europa.
O bebê deixado em Portugal foi localizado ainda na maternidade e se encontra sob os cuidados das autoridades e rede de proteção à criança de Portugal.
As investigações continuam em andamento, tendo como objetivo a identificação de outras pessoas que possam ter de alguma forma participado ou auxiliado na negociação e encaminhamento do bebê brasileiro para Portugal, bem como na identificação de outras negociações semelhantes envolvendo crianças brasileiras, que possam ter sido intermediadas pelo grupo criminoso investigado.
O nome da operação, “Mater Avaritia”, faz referência a atitude de mães que, por ganância, acabam por negociar e vender os próprios filhos.
