Antes de se tornar conhecido por matar um cobrador de ônibus no Distrito Federal, Aílson Cauã de Oliveira Lima (foto em destaque), 20 anos, foi considerado suspeito de jogar duas bombas na casa de uma ex-namorada. Além disso, de acordo com a ocorrência registrada pela ex, em julho de 2022, ele a ameaçou em uma festa.
Segundo o relato da mãe da jovem à Polícia Civil do DF (PCDF), a menina, que na época tinha 17 anos, e Aílson tinham terminado um relacionamento de três anos, mas ele não se conformava com o fim do namoro.
Em 22 de julho do ano passado, a jovem encontrou Aílson em uma festa junina na escola em que estudava, no Recanto das Emas. Ele teria se aproximado dela e a ameaçado: “Você vai ver, você vai pagar”.
Diante da ameaça, a jovem chamou um policial militar que estava no local e contou sobre as ameaças. O PM levou a menina até a casa dela e encontrou Aílson na rua. Ele continuou ameaçando a jovem, mesmo na presença do militar. Por isso, todos foram conduzidos à delegacia.
Na DP, a mãe da menina contou que, um dia antes, alguém havia jogado duas bombas na casa em que ela morava com a filha. Ela afirmou que suspeitava de Aílson.
Assassinato no ônibus
Mais de um ano depois do ocorrido com a ex-namorada, Aílson foi identificado como um dos três suspeitos de matar, com um tiro no ouvido, o cobrador Ariel Santos Marques, de 26 anos. Ele foi preso na madrugada desta quarta (4/10).
O crime ocorreu na noite dessa segunda-feira (2/10), no Recanto das Emas, quando o ônibus em que a vítima trabalhava foi abordado pelos assaltantes.
De acordo com o delegado-chefe da 27ª DP, Fernando Fernandes, apenas um dos suspeitos é menor de idade, com 17 anos. Ele já foi apreendido. O outro participante, Kauã Souza de Oliveira, 19, segue foragido. Quem tiver informações a respeito do paradeiro dele pode denunciar pelos telefones 197; (61) 3207-8220; 3207-8171; e 98182-8071.
É Aílson quem aparece nas imagens de câmeras de segurança do ônibus com a arma na mão e atirando em Ariel.
Vídeo:
Ariel Santos Marques tinha 26 anos, morava no Pedregal, Entorno do DF, e trabalhava como cobrador na Viação Pioneira desde os 18. Ele deixa um filho, de 1 ano.
O caso
O ônibus em que o cobrador estava circulava pela DF-001, no Recanto das Emas, quando três assaltantes entraram e anunciaram o assalto.
Em depoimento à polícia, o motorista do coletivo disse que os criminosos abordaram Ariel enquanto ele estava com fone de ouvido e cochilava. E que, por conta disso, um dos criminosos puxou os cabelos dele.
Em seguida, um dos assaltantes apontou a arma para ele, pedindo que entregasse todo o dinheiro do caixa. Ariel teria dado a quantia aos bandidos, bem como o próprio celular.
Mesmo sem reagir ao assalto, um dos autores disse: “Dá um tiro nele, dá um tiro nele”. O que estava armado efetuou o disparo no ouvido do cobrador. Ariel morreu na hora.
No momento do crime, havia cerca de 10 pessoas dentro do ônibus. Uma das passageiras também foi abordada pelo trio e teve o celular roubado.
Após matarem o cobrador, os criminosos foram em direção ao motorista e mandaram ele parar o ônibus. “Depois que dispararam, ainda apontaram arma para mim e ficaram gritando: ‘Para, para e abre a porta’. Eu abri a porta dianteira, porque eles estavam na parte da frente, não tinham passado a roleta”, relatou em depoimento.
Os bandidos desceram do ônibus e saíram correndo em direção ao núcleo rural Caub.
