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Estelionatário se passou por Valdemar Costa Neto e pediu dinheiro para enterro

Criminosos que aplicavam golpes virtuais foram alvos da Operação Shark Attack, da Polícia Civil, desencadeada nessa 4ª feira

atualizado 07/04/2023 13:47

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corpo de menina morta pela mãe é enterrado em Taguatinga Matheus Veloso/Metrópoles

Os estelionatários que se passavam por ministros dos governos Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para dar golpes pelo WhatsApp chegaram a pedir dinheiro até para um falso enterro.

Informações obtidas pela coluna Na Mira revelam que um dos criminosos se passou pelo presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, ligou no gabinete do senador Wilder Pedro de Morais (PL) e pediu recursos para arcar com um sepultamento.

O suspeito disse que estava com uma “situação” em Goiás e que precisava da ajuda de alguém. Integrantes do gabinete do senador chegaram a enviar o contato de um empresário.

O golpista que se passava por Valdemar ligou para a vítima e afirmou que tinha uma pessoa muito próxima que perdeu alguém da família e precisava de ajuda para o enterro. No entanto, o suposto presidente do PL afirmou que não poderia vincular o próprio nome à transferência de dinheiro, mas que havia alinhado com Wilder Pedro de Morais um futuro reembolso.

O empresário fez Pix para várias pessoas e, só depois, quando entrou em contato com o senador — que procurou o verdadeiro Valdemar — descobriu que havia caído em um golpe.

Os criminosos foram alvos da Operação Shark Attack, da Polícia Civil, desencadeada nessa quarta-feira (5/4). Os perfis falsos eram montados com fotos de atuais ministros, presidentes de grandes partidos e chefes de autarquias federais.

A coluna Na Mira teve acesso às imagens usadas pelos golpistas para enganar as vítimas. Eles chegaram a faturar entre R$ 5 mil e R$ 20 mil em cada investida criminosa. Uma das fotos mais usadas no perfil falso era a do atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), em que ele aparece apertando a mão do presidente Lula (PT).

Veja imagens dos perfis falsos usados pela quadrilha:

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O ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado Neto, também teve sua imagem usada pelos criminosos
O atual presidente do Ibama, Rodrigo Antônio de Agostinho Mendonça, também teve sua foto usada
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Os golpistas usavam, com frequência, uma foto do presidente Lula cumprimentando o atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro

Reprodução
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O ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado Neto, também teve sua imagem usada pelos criminosos

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O atual presidente do Ibama, Rodrigo Antônio de Agostinho Mendonça, também teve sua foto usada

Todas as fotos são verdadeiras, mas usadas em perfis que não correspondiam à realidade. Por meio do esquema fraudulento, os infratores persuadiam as vítimas se passando por autoridades de poderosos órgãos do governo a transferirem valores, os quais eram distribuídos para outras contas.

O bando explorou a imagem do atual presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), biólogo, ambientalista e advogado Rodrigo Antônio de Agostinho Mendonça. Outro número ostentava a imagem do ex-ministro do Turismo no governo Jair Bolsonaro (PL), Gilson Machado Guimarães Neto.

A operação

A ação para desarticular a quadrilha ocorreu por meio de parceria entre a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) e a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). A Operação Shark Attack cumpriu três mandados de busca e apreensão no estado de origem do grupo — dois em Jaboatão dos Guararapes (PE) e um em Paulista (PE). O principal suspeito da investigação fugiu.

Durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, os policiais constaram que os criminosos agiam a partir de uma central de distribuição de sinal clandestina, em uma comunidade de Jaboatão dos Guararapes. As equipes apreenderam diversos equipamentos de informática ligados à central de distribuição de sinal de internet pirata, e os itens passarão por perícia.

Confira alguns dos perfis usados pelos criminosos:

  • Camilo Santana (PT), atual ministro da Educação;
  • Carlos Lupi (PDT), presidente do PDT e atual ministro da Previdência Social;
  • Carlos Fávero (PSD), atual ministro da Agricultura e Pecuária;
  • Jaques Wagner (PT), senador;
  • Rodrigo Agostinho (PSB), atual presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama);
  • Valdemar da Costa Neto (PL), presidente do PL e ex-deputado federal;
  • Wellington Dias (PT), atual ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil.

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