Equipes da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) deflagraram operação para cumprir mandado de prisão temporária contra um dentista do Distrito Federal, de 37 anos, suspeito de estuprar uma influenciadora digital, de 33, dentro do próprio consultório, em um shopping na área central de Brasília. A prisão ocorreu nesta terça-feira (12/9).
Saiba quem é o dentista preso por estuprar influencer em consultório
O dentista, especialista em harmonização facial, foi levado para a delegacia onde foi ouvido em depoimento. De acordo com as investigações, a vítima havia conhecido o autor por meio de suas redes sociais. A influencer teria ido até o consultório após ter sido convencida pelo profissional a realizar uma avaliação para ser submetida a um procedimento estético.
Ao chegar ao consultório do dentista, no fim do expediente, o homem pediu que a vítima lhe mostrasse os procedimentos que ela tinha feito em seu corpo, já que a mulher havia realizado diversas cirurgias estéticas após um grande processo de emagrecimento. Acreditando na boa-fé do dentista, a vítima deixou que ele analisasse o seu corpo; porém, ao olhar fixamente para os glúteos da influencer, o autor disse que precisava testar a sua sensibilidade e lhe desferiu um tapa nas nádegas.
Gritos de pânico
Constrangida, a vítima disse que precisava ir embora, mas o dentista agarrou e estuprou a vítima. A mulher tentou se desvencilhar, dizendo que queria ir embora, e passou a gritar que queria sair. O dentista puxou a vítima novamente, ato que fez um rasgo em sua calça, e afirmou que ninguém a escutaria, pois não havia mais ninguém no local.
Em pânico, a influenciadora disse aos policiais que, sem forças, não conseguiu mais resistir, e o autor consumou o ato sexual. Após o crime, o dentista voltou a conversar com a vítima sobre os procedimentos estéticos que faria, como se nada tivesse acontecido.
Ainda em choque, a mulher foi embora e se encontrou com o ex-marido e a filha, os quais a aguardavam passeando no shopping onde o autor atende. No caminho para casa, a vítima contou ao ex-companheiro o que tinha acontecido. Em seguida, o casal foi até a delegacia e registrou a ocorrência policial.
Vestígios de violência
As roupas da vítima foram apreendidas, e ela foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para ser submetida ao exame de corpo delito. Foi constatada a presença de vestígios de violência para o cometimento de conjunção carnal.
Diante das provas colhidas, foi representado ao Poder Judiciário pela decretação da prisão temporária do autor. Após sua prisão, o autor foi conduzido à 5ª DP para prestar seu interrogatório e, finalizadas as formalidades legais, recolhido à carceragem.
A prisão do autor foi decretada pelo prazo de 30 dias, podendo ser prorrogada por igual período e ainda ser convertida em preventiva.
O outro lado
Em nota, emitida na noite deste sábado (23/9) – 11 dias após a publicação desta reportagem –, a defesa do dentista Gustavo Najjar criticou o vazamento da investigação conduzida pela Polícia Civil do DF, que corre em segredo de Justiça, e diz que não comentará os detalhes do processo, justamente por conta do caráter sigiloso do inquérito. “O que podemos adiantar, mais uma vez, é que não houve crime e que já existem provas robustas sobre isto, o que torna o vazamento parcial de informações gravíssimo. A divulgação de informações escolhidas pelos agentes públicos encarregados do inquérito, além de configurar ilícitos graves, busca criar sensacionalismo irracional para antecipar um julgamento sobre os fatos em apuração”, disse a defesa.
Os advogados do suspeito de estupro, ainda em nota, dizem que tomarão “medidas legais” para “responsabilizar os agentes públicos que, mesmo advertidos, insistem em transgredir a lei, e que assume, de forma deliberada, o risco dos resultados de sua conduta irresponsável”.
“Por fim, a defesa vai postular no Juízo competente que seja então autorizado, dada a divulgação parcial e despropositada de informações direcionadas, e para se garantir a paridade de tratamento, a divulgação das provas existentes em favor do seu cliente – o que não se pode revelar agora sem expressa autorização judicial em razão do sigilo dos autos e da exposição da intimidade de outras pessoas envolvidas na investigação”, finalizou a defesa do dentista.
Leia a nota na íntegra:
“A defesa de Gustavo Naijar repudia, com veemência, o vazamento parcial de trechos da investigação que corre em segredo de justiça. Não houve os ilícitos cogitados prematuramente pela autoridade policial.
A defesa não vai comentar os detalhes do processo em respeito ao sigilo dos autos.
O que podemos adiantar mais uma vez é que não houve crime e que já existem provas robustas sobre isto, o que torna o vazamento parcial de informações gravíssimo.
A divulgação de informações escolhidas pelos agentes públicos encarregados do inquérito, além de configurar ilícitos graves, busca criar sensacionalismo irracional para antecipar um julgamento sobre os fatos em apuração.
Todas as medidas legais estão sendo tomadas para responsabilizar os agentes públicos que, mesmo advertidos, insistem em transgredir a lei, e que assumem, de forma deliberada, o risco dos resultados de sua conduta irresponsável.
Por fim, a defesa vai postular no Juízo competente que seja então autorizado, dada a divulgação parcial e despropositada de informações direcionadas, e para se garantir a paridade de tratamento, a divulgação das provas existentes em favor do seu cliente – o que não se pode revelar agora sem expressa autorização judicial em razão do sigilo dos autos e da exposição da intimidade de outras pessoas envolvidas na investigação.
Solicita-se que a presente nota seja divulgada em sua integralidade, sem prejuízo da divulgação da versão do cliente após a autorização judicial quanto a exposição das provas em seu favor”.