Uma mulher foi presa na manhã desta quinta-feira (25/5) suspeita de criar um perfil falso para coagir um morador do Distrito Federal.
A investigação, conduzida pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), aponta que a mulher, moradora de São Paulo (SP), se envolveu com a vítima por meio das redes sociais em 2022 e passou a extorquir dinheiro dela, exigindo transferências para que não revelasse o caso à mulher do homem nem divulgasse imagens íntimas enviadas por ele.
A estelionatária faturou ao menos R$ 4 mil com o golpe. Assista:
Na ação, batizada de Operação Catfish, os policiais cumpriram um mandado de prisão temporária e três de busca e apreensão. De acordo com a Corf, além da mulher, outros dois integrantes participaram do crime. Um dos suspeitos possui antecedente criminal por roubo qualificado.
Os investigados responderão por extorsão, associação criminosa, uso de documento falso e lavagem de dinheiro, cujas penas podem ultrapassar os 15 anos de reclusão.
Todo o material apreendido – celulares, dispositivos eletrônicos e documentos – será analisado e poderá identificar outras vítimas, moradoras de vários estados.
O coordenador da Corf, delegado Wisllei Salomão, destacou que, em geral, os perfis usados pelos criminosos são falsos. O policial também alerta que os principais alvos são homens casados, idosos e adolescentes.
“Nos últimos anos, houve um crescimento do número de pessoas ligadas a facções criminosas praticando crimes relacionados a golpes. Além da perda patrimonial, em alguns casos existem relatos de vítimas que desenvolveram depressão e síndrome do pânico. Também tivemos registros de pessoas que tentaram contra a própria vida em decorrência das coações”, disse o policial.
A operação foi denominada Catfish pois apesar da tradução literal do inglês trata-se de peixe-gato, tal termo é usado para pessoas mal-intencionadas que criam perfis falsos na internet para enganar usuários emocionalmente e financeiramente.
Características gerais deste tipo de golpe:
- A vítima conhece alguém através de sites e aplicativos de relacionamentos e das redes sociais
- Após adquirir confiança, as conversas passam a ser realizadas via aplicativos de mensagens e a vítima é induzida a fornecer dados, contar assuntos pessoais, encaminhar fotografias e vídeos íntimos
- A vítima passa a receber ameaças, através de mensagens, provenientes de outros números de celulares, de divulgação do material íntimo para cônjuges e familiares ou até mesmo de publicação indiscriminada na internet, exigindo que a vítima transfira valores para a conta de terceiros
- Mesmo tendo efetuado pagamentos, os autores continuam a solicitar valores.
Dicas de prevenção:
- Desconfiar do perfil de pessoas nas redes sociais que não conheça anteriormente ou que não tenha nenhum vínculo de amizade com algum conhecido nas redes sociais
- Nunca fornecer dados pessoais
- Não estabelecer conversas através de aplicativos de mensagens ou ligações telefônicas, já que os autores terão acesso ao número da linha telefônica da vítima
- Não contar assuntos pessoais ou encaminhar imagens ou vídeos íntimos, bem como não estabelecer conversas por vídeos com tais características
- Não submeter a qualquer ameaça de divulgação mediante o pagamento de valores
Caso seja vítima de tal crime, a pessoa deve procurar a delegacia de polícia mais próxima e registrar uma ocorrência policial.
