A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta quinta-feira (19/10), cinco mandados de busca e apreensão no âmbito da operação Atalho Seguro. Os alvos são empregados públicos da Caixa Econômica Federal, no município de Abaetetuba (PA). Eles são suspeitos de cobrar vantagens para prestar serviços ou acelerar o atendimento de beneficiários do seguro-defeso.
As equipes apreenderam celulares, agendas e notebooks de quatro pessoas em Abaetetuba e uma em Belém. Todas eram funcionárias do banco.
Em um dos computadores, havia imagens de dezenas de carteiras de identidade. O material apreendido servirá para descobrir como funcionava o suposto esquema praticado contra moradores do município de Muaná (PA).
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A investigação partiu da Polícia Civil de Abaetetuba, após a chegada de reclamações sobre clientes da Caixa que eram atendidos uma hora antes da abertura oficial das agências, às 10h, sendo que as filas começavam a se formar na noite anterior.
Em março último, a polícia descobriu atravessadores que cobravam R$ 100 para levar clientes da Caixa desde Muaná, onde não há agência do banco, até Abaetetuba, para receber o valor do seguro-defeso sem fila. Porém, havia uma exigência: comprar um seguro de R$ 200 da Caixa ou algum outro serviço oferecido pela instituição.
Em alguns casos, o serviço nem era concedido, mas o funcionário embolsava o dinheiro pago pelos clientes. Devido ao envolvimento de empregados da Caixa — uma empresa pública —, a Justiça Federal atribuiu a apuração do caso à Polícia Federal.
São investigados crimes de peculato, concussão, corrupção passiva e associação criminosa.