Marido de deputada que integra CPI do DF pode ser convocado em CPMI

Deputada federal Duda Salabert pediu convocação de Luís Felipe Belmonte em CPMI do 8 de janeiro. A esposa, Paula Belmonte, investiga em CPI

atualizado 05/07/2023 12:51

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Paula Belmonte usa venda nos olhos para mandar recado ao STF Reprodução / TV Câmara

Enquanto uma deputada investiga o 8 de Janeiro na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Distrito Federal, o marido dela pode ser investigado na Comissão Mista do Congresso para apurar os atos antidemocráticos. A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) protocolou um requerimento de convocação, nesta terça-feira (4/7), de Luís Felipe Belmonte, advogado, empresário e marido da distrital Paula Belmonte (Cidadania-DF).

O requerimento na CPMI quer ouvir Luís Felipe Belmonte como testemunha. O documento cita que “há notícias de que ele teria ajudado a financiar uma suposta ‘organização criminosa’, criada por uma rede de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para atuar no mundo digital e propagar discursos antidemocráticos”.

O empresário já foi alvo de operação da Polícia Federal, em 2020, para apurar a suspeita de financiamento de grupos que realizaram atos antidemocráticos, em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

Duda Salabert ressalta, no pedido para ouvir Luís Felipe, que as manifestações de 8 de Janeiro “foram impulsionadas pelos manifestantes que se deslocaram para Brasília, ocuparam um acampamento golpista situado em frente ao Quartel-General do Exército, com estrutura que dependeu de recursos financeiros, sobre os quais ainda paira necessidade de esclarecimentos sobre a articulação e origem”.

Cadeira em xeque

Caso o requerimento seja aprovado na CPMI e o empresário figure como convocado para prestar esclarecimentos, a cadeira de Paula Belmonte na CPI em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) pode ficar em xeque. Distritais que compõe o grupo de investigação comentam nos bastidores que pode ser formulado um pedido de afastamento da deputada.

A ação teria como base o conflito de interesses, já que uma investigadora não poderia continuar as apurações enquanto o próprio marido estaria sendo investigado. Um movimento semelhante chegou a acontecer na CPMI quando governistas pediram o afastamento do senador Marcos do Val (Podemos-ES), após ele ser alvo de mandados de busca e apreensão autorizados por Alexandre de Moraes.

Do Val, no entanto, acabou pedindo o afastamento por conta própria. Na CPI do DF, Paula Belmonte também vem sendo uma aliada dos discursos bolsonaristas. Ela já chegou a dizer que os próprios pais estavam em manifestações antidemocráticas e causou constrangimento em uma reunião com Moraes quando defendeu golpistas que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília pedindo por intervenção militar.

 

Ao longo da CPI, a deputada também levou um puxão de orelha do presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire. Ele repudiou a fala da distrital em defesa do acampamento e de quem lá estava, como os próprios familiares. “Não representa em nada o pensamento do partido”, disse Freire, na ocasião.

Na última sessão, Paula Belmonte ainda pediu a convocação de um fotojornalista que registrava os ataques de 8 de Janeiro. O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), discordou do requerimento, mas pôs em votação. A maioria da Casa votou contra, mas Paula fez reiterados pedidos para ter o fotógrafo como testemunha, levantando suspeitas de que as ações daquela teriam sido ensaiadas, com participação de “infiltrados”.

Outro lado

Procurado pela reportagem, Luís Felipe Belmonte afirmou nesta quarta (5/7) que não ajudou a financiar o movimento antidemocrático. “Nunca houve nada disso. Em abril de 2020 eu dei uma declaração em que eu já cito como inadequado qualquer ato em frente à sede do Exército ou qualquer coisa do gênero”, disse.

Já sobre a operação da Polícia Federal, em 2020, Belmonte acrescentou que o processo acabou arquivado por não ter sido encontrado algo que o incriminasse. “Esse inquérito concluiu que não tinha havido nada. Eles só identificaram que, um ano antes, eu tinha feito uma operação de crédito para um cara que depois veio a ser marqueteiro de alguns bolsonaristas, uma coisa totalmente fora de contexto, e o processo foi arquivado. Não identificaram nada meu.”

O advogado disse, ainda, que não tem contato com grupos bolsonaristas desde setembro de 2021. “Essa alusão não tem qualquer sentido, é absolutamente falsa. Não vejo nenhum outro objetivo que não seja tentar atingir a atividade que a Paula está fazendo na CPI”, defende.

“Quanto a mim, não tenho nenhuma participação em nada disso. Nem interesse e nem disponibilidade financeira. Eu achava absolutamente inútil aquilo. Realmente uma aposta que eu jamais faria, não chegaria a lugar nenhum. Teve a eleição, teve o resultado, quem não está satisfeito trabalhe para daqui quatro anos mudar. É assim que funciona qualquer regime democrático. Esse é o meu posicionamento, sempre foi e continuará sendo”, finaliza o empresário.

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