Mãe tem rompimento de bolsa aos 3 meses, mantém gravidez, e bebê nasce saudável

Moradora do DF sentiu bolsa amniótica se romper no primeiro trimestre da gravidez, optou por manter gestação e deu à luz bebê de 7 meses

atualizado 05/01/2023 11:00

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Imagem colorida de mãe com criança Reprodução/Material concedido ao Metrópoles

O pequeno Noah Maxwell, 6 meses, é um sobrevivente, mesmo com tão pouca idade. Mãe da criança, Kathleen Damaceno, 23 anos, estava no terceiro mês de gestação quando teve o rompimento da bolsa amniótica. A continuidade da gravidez seria de alto risco, mas o bebê nasceu bem, quatro meses depois, no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).

“O Noah representa, para nossa família, um milagre. Milagre porque o caso dele é raro. Representa esperança, vida. Não fui eu quem lutou pelo Noah. Foi ele que lutou por ele mesmo. Ele sempre quis ter vida e estar aqui com a gente”, conta Kathleen.

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Noah se desenvolveu normalmente até as 28 semanas de gestação, por volta de julho de 2022, quando nasceu

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No hospital, os médicos acreditaram, inicialmente, que ela teria urinado sem perceber, mas um exame constatou que a bolsa amniótica havia se rompido

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Em março de 2022, ao terceiro mês de gestação, a jovem estava em casa e sentiu um "líquido" escorrer

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A continuidade da gestação era de alto risco, mas o bebê nasceu quatro meses depois, no Hospital Regional de Ceilândia (HRC)

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"Não fui eu quem lutou pelo Noah. Foi ele que lutou por ele mesmo. Ele sempre quis ter vida e estar aqui com a gente", conta Kathleen Damaceno

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Kathleen Damaceno teve o primeiro filho com sete meses de gestação

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A jovem, que fez todo o acompanhamento da gestação no HRC, conta que, em março de 2022, estava em casa, quando sentiu um líquido escorrer. No hospital, inicialmente, os médicos acharam que ela teria urinado sem perceber. No entanto, um exame constatou que a bolsa amniótica havia se rompido.

Devido aos riscos do quadro, os profissionais de saúde recomendaram a interrupção da gravidez, mas Kathleen preferiu dar continuidade à gestação. “Os médicos me informaram que era inviável, que eu teria de fazer um procedimento abortivo”, detalha a moradora de Ceilândia.

Mesmo com a possibilidade de morrer, a jovem preferiu não passar pelo processo e seguiu com um acompanhamento voltado às especificidades da situação. Noah se desenvolveu normalmente por 28 semanas, até julho de 2022, quando nasceu.

“Ele não tinha batimentos cardíacos. Ficou dois dias intubado, três na ventilação de oxigênio e na fototerapia por duas semanas. Depois, só continuou na sonda, com uso de acesso venoso para [receber] medicamentos”, relata Kathleen.

O bebê conseguiu se recuperar e, atualmente, está saudável. Apesar disso, a mãe se recorda dos períodos de extrema dificuldade que enfrentou na primeira gravidez. “Foi na fé. Meu período de gestação representa isso, porque quando eu não tinha forças. Eu estava totalmente vulnerável”, acrescenta Kathleen.

Riscos e ponderações

Ginecologista e obstetra, a médica Lucila Nagata afirma que, em casos de alto risco, a gravidez pode continuar, a depender da idade gestacional e se a mãe não entrar em trabalho de parto ou tiver alguma infecção. Por isso, o processo deve ser acompanhado com controle laboratorial e monitoramento médico.

Diante de um rompimento da bolsa de grávidas com 14 semanas, o aborto é considerado inevitável, segundo a ginecologista. Geralmente, indica-se o esvaziamento do útero, com uso de medicação. Se necessário, é feito o processo de de curetagem, para retirada de restos da placenta.

Lucila acrescenta que os profissionais da saúde devem analisar cada quadro individualmente quando isso ocorre até as 22 semanas de gestação.  “[É preciso] ver se tem líquido [amniótico ainda]. Se não, explicar para a família os riscos. Esse caso foi uma exceção, pois a maioria das bolsas rompidas pode levar ao trabalho de parto depois de algumas horas ou semanas. Ainda há o risco de infecção uterina, e tudo isso deve ser explicado para a família”, enfatiza a médica.

A obstetra lembra que o feto precisa do líquido amniótico para proteção e para desenvolvimento das vias digestiva, urinária, intestinal e pulmonar. Sem isso, os órgãos do futuro bebê não se desenvolvem adequadamente, o que pode comprometer a vida da criança após o nascimento.

“Com a mãe sabendo dos riscos, acompanhamento rigoroso e sem trabalho de parto, podemos acompanhar e esperar até o bebê ter viabilidade de sobrevida fora do útero. Mas, se houver sinais de infecção ou [a mãe] entrar em trabalho de parto, a indicação é de interrupção da gestação, pois existe o risco de morte [do bebê e da gestante] por infecção”, completa a especialista.

A direção do HRC informou ao Metrópoles que esse processo “pode acontecer naturalmente” e que a paciente recebeu atendimento específico — com acompanhamento pelo ambulatório de alto risco —, onde teve acesso a todas as opções de tratamento para o quadro clínico apresentado.

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