General G. Dias diz que documento da Abin “não condizia com a verdade”

Após acusação de que teria fraudado documentos, Gonçalves Dias alegou serem atribuídas a ele informações que não deu: "Não sou difusor"

atualizado 22/06/2023 13:00

Compartilhar notícia

O general Marco Edson Gonçalves Dias se defendeu das acusações de fraudar documentos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência. Nesta quinta-feira (22/6), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), o militar afirmou que um compilado de mensagens com denúncias desse tipo foram atribuídas falsamente a ele.

A suspeita surgiu após uma reportagem da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, apontar falsificação de relatórios enviados à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional, a fim de ocultar que o então chefe do GSI teria recebido comunicados no celular com alertas sobre o risco das manifestações de 8 de janeiro.

3 imagens
1 de 3

G. Dias conversa com deputados distritais durante CPI

Breno Esaki/Metrópoles
2 de 3

General Gonçalves Dias era chefe do GSI em 8/1/2023

Breno Esaki/Metrópoles
3 de 3

General Marco Antônio Gonçalves Dias

Breno Esaki/Metrópoles

Gonçalves Dias declarou haver um arquivo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que “não condizia com a verdade”. “Não adulterei nem fraudei nenhum documento.  Temos dois casos que devem ser separados. A CCAI solicitou ao GSI o que a Abin tinha produzido de informação. A Abin respondeu com um copilado de mensagens de aplicativo em que tinha dia, tempo, […], o acontecido e […] difusão”, detalhou.

Ainda nesse documento, segundo o general G. Dias, havia uma coluna com a indicação “ministro do GSI”.

“Mas eu não participei de nenhum grupo de WhatsApp. Não sou difusor daquele compilado de mensagens. O documento não condizia com a verdade. Esse era um documento, [que] foi acertado e enviado para a CCAI. Existe um segundo [arquivo] solicitado pelo MPF. Os dois, no conteúdo e na data, são iguais. Diferem os dois na [parte sobre a] difusão. Esse segundo também foi enviado ao Ministério Público Militar. No período em que passei lá, do dia 1º [de janeiro de 2023] ao 19 [de abril de 2023], passaram pela minha mão esses dois documentos.”

O presidente da CPI dos Atos Antidemocráticos, Chico Vigilante (PT), considerou a afirmação “muito grave”. “Demonstra que um órgão de Estado fraudou um documento”, ressaltou, em referência à Abin.

Acompanhe ao vivo:

8 de janeiro de 2023

Gonçalves Dias era ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República em 8 de janeiro de 2023. Pressionado após a divulgação de imagens que o mostram circular pelo Palácio do Planalto durante as invasões bolsonaristas, ele pediu exoneração.

Em relatos sobre o dia 8, Marco Edson responsabilizou o general Carlos José Assumpção Penteado, integrante do GSI sob a gestão de Augusto Heleno, pela falta de informações precisas sobre os ataques.

“Por volta das 14h, eu estava inquieto e preocupado, pois assistia pela tevê as manifestações, e elas não batiam com o clima de controle que me havia sido descrito. Decidi ligar para o celular general Penteado. Era meu secretário-executivo no GSI, general Carlos José Assumpção Penteado, que havia ocupado o mesmo cargo na gestão do meu antecessor, o Augusto Heleno. O general Penteado me disse que estava ‘tudo normal’, ‘tudo tranquilo’ e que eu não precisava ir ao Palácio do Planalto. Porém, permaneci inquieto. Decidi ir até o Palácio”, afirmou G. Dias.

Em 24 de janeiro, Penteado foi substituído pelo general Ricardo José Nigri, no cargo de secretário-executivo do GSI.

Servindo água

O general G. Dias também se defendeu das acusações de que serviu água para bolsonaristas que tentavam um golpe de Estado em 8 de janeiro último. O militar atribuiu a ação ao major José Eduardo Natale, que é investigado.

“Existe uma narrativa de que facilitei ou deixei por facilitar. Mas não servi água para ninguém. Aquela imagem do major servindo água foi gravada às 15h59. A minha, às 16h30. A defasagem dele dando água com a minha é de 30 minutos. Eu não estava junto dele. Não servi água, não fui conivente com o que estava acontecendo. […] Não mandei distribuir água. Esse procedimento do major José Eduardo Natale está sendo ouvido em um processo de sindicância que mandei instaurar. Isso vai ser apurado, e ele vai ser punido se tiver errado”, acrescentou Gonçalves Dias.

9 imagens
1 de 9

No dia 8 de janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente, Jair Bolsonaro, inconformados com os resultados das eleiçoes tomaram a esplanada dos ministérios. Os Grupos bolsonaristas extremistas invadem e depredam prédio do Congresso Nacional, os mesmos pedem intervençao militar.

Wey Alves/Metrópoles
2 de 9

Exposição no Senado vai lembrar invasão das sedes dos Três Poderes

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 9

Brasíla-DF. Manifestação antidemocráticas em Brasília. Manifestantes entram em confronto com a polícia, invadem STF, Congresso e Presidência. Após a invasão, os prédios foram destruídos e a polícia precisou ser mais enérgica. 08/01/2023. Esplanada dos Ministérios. Desocupação Congresso Nacional.

Luis Nova/Especial Metrópoles
4 de 9

Bolsonaristas invadem depredam prédios públicos em manifestação antidemocrática. Vista da janela quebrada do Palácio do Planalto dos manifestantes em cima da rampa após invasão do Congresso Nacional, poder executivo e Supremo Tribunal Federal (STF). Local: Esplanada dos Ministérios.

Igo Estrela/Metrópoles
5 de 9

Hugo Barreto/Metrópoles
6 de 9

Matheus Veloso/Metrópoles
7 de 9

Policiais do BOPE retiram manifestantes das cúpulas do Congresso Nacional após invasão e depredação do prédio público

Igo Estrela/Metrópoles
8 de 9

Matheus Veloso/Metrópoles
9 de 9

Igo Estrela/Metrópoles
Acampamento no QG

No início da oitiva, o militar leu uma nota de defesa, com destaques para alguns dos pontos que poderiam ser questionados. Ele mencionou, inclusive, que a permanência de um acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general do Exército em Brasília após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era algo incômodo para todos.

“Permanecia, contudo, a situação embaraçosa dos acampamentos de partidários do ex-presidente [Jair Bolsonaro] diante do Quartel-General do Exército, algo que não deveria ter sido permitido e foi. O governo que assumiu herdou a situação. Ela era incômoda, fosse no governo, fosse no comando das Forças Armadas e das forças de segurança [locais]. Estávamos decididos a pôr fim àqueles acampamentos.”

O ex-ministro do GSI também criticou a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) por não incluir o GSI na reunião de preparação contra os atos golpistas marcados.

“A Secretaria de Segurança Pública do DF fez uma reunião em 6 de janeiro, com diversos órgãos e setores encarregados da segurança e prevenção de distúrbios na Esplanada, e não convidou o GSI para se integrar. Isso é público.”

Sobre o antecessor no GSI, G. Dias declarou: “Não tive, especificamente, contato com o general [Augusto] Heleno. Não houve transição nenhuma. Também não houve transição nenhuma [de informações] sobre o que estava acontecendo em frente ao QG”.

Compartilhar notícia
Tá bombando
Últimas notícias
  • JWPLAYER

    <div style=”position:relative;overflow:hidden;padding-bottom:56.25%”><iframe src=”https://cdn.jwplayer.com/players/yuagbah7-UoHZWlYw.html” width=”100%” height=”100%” frameborder=”0″ scrolling=”auto” title=”CBMDF combate queimada em mata próxima a Papuda.mp4″ style=”position:absolute;” allowfullscreen></iframe></div> Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Faça uma […]

  • JWPLAYER

    Aqui vai o embed: Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar
Sair da versão mobile