O julgamento do acusado pela morte da psicóloga Melissa Mazzarello de Carvalho Santos Gomes, em 2021, tem previsão de terminar nesta terça-feira (8/8). Leandro de Barros Soares encara o Tribunal do Júri de Sobradinho desde as 10h e começou a ser ouvido cerca de seis horas depois, após os depoimentos de todas as testemunhas do caso.
Durante a sessão do júri popular, foram ouvidos o pai e o irmão de Melissa; um policial que registrou agressão anterior sofrida pela vítima; uma amiga com quem ela teria confidenciado episódios de violência doméstica; parentes de Leandro; além de defesa e acusação.
O acusado responde por dois crimes: feminicídio e violência doméstica. A defesa do réu alega que, apesar de apontado como autor do crime, Leandro “jamais desejou a morte” da esposa.
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Antes da sessão do júri popular começar, parentes e amigos de Melissa Mazzarello de Carvalho Santos Gomes se reuniram em frente ao tribunal para protestar e pedir Justiça pelo feminicídio da psicóloga.
Pai da vítima, o aposentado Luiz Gomes, 72 anos, falou ao Metrópoles sobre a falta que faz a presença da filha. “As pessoas estão aqui por dois motivos: pela Melissa e para pedir justiça. Que esse julgamento seja muito bem-feito e que os jurados saibam fazer seus votos. Esse momento é crucial. O enterro foi o pior momento da minha vida. Há dois anos e 20 dias, sofremos com a saudade e datas festivas sem alegria”, contou.
Pamela Mazzarello, 40, irmã da vítima, disse que a família ainda carrega o sentimento de luto pela morte da psicóloga. “Sabíamos que seria necessário passar por isso, mesmo com toda dor e angústia no peito, para poder fechar ciclos. Ele [Leandro] agiu contra uma mulher, e a Mel era voz para muitas delas. Hoje, aqui, somos a voz dela, vamos clamar por ela, por justiça”, enfatizou.
Relembre o caso
Em 17 de junho de 2021, Melissa foi encontrada morta em casa, em Sobradinho, caída ao lado da cama. A suspeita era de que a morte tivesse sido causada por esganadura, pois a polícia não havia encontrado sinais de arrombamento no imóvel.
Um ano antes do feminicídio, a vítima havia registrado boletim de ocorrência por violência doméstica. Leandro era apontado como suspeito do assassinato desde o início das investigações. O marido de Melissa foi preso no mesmo dia da morte dela, na 307 Sul.
A vítima oferecia atendimento em psicoterapia on-line e tinha um canal no YouTube, no qual falava sobre assuntos relacionados à maternidade. Além disso, trabalhava como professora no Centro de Ensino Santa Rita de Cássia, em Sobradinho. Melissa deixou dois filhos, de 8 e 10 anos, frutos do relacionamento com Leandro.
