“Se eu tiver que exercer tudo que eu sei pra te salvar, eu vou exercer. Eu quero te salvar”, disse a PM Andreia de Oliveira Goulart na tentativa de evitar o suicídio de um morador de rua, na tarde desta quarta-feira (29/3), na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. Esse, entre outros argumentos, foram suficientes para evitar que uma tragédia acontecesse, no coração de Brasília.
Ao Metrópoles a policial contou que o homem lhe perguntava muito porque ela, uma policial militar, estava me importando com a vida dele se ninguém se importava. “Eu falei para ele que para a PM, antes de qualquer coisa, todas as vidas importam”.
Veja o vídeo:
No momento da ocorrência, o homem pedia para que os outros militares se afastassem, deixando apenas Andreia em contato com ele. Aos poucos a soldado foi ganhando a confiança dele, que foi convencido a entregar a faca que segurava. Em seguida, o morador de rua foi se aproximando, deu as mãos para ela e foi, finalmente, retirado da plataforma.
Apesar de ter trabalhado em outras ocorrências do tipo, esta foi a primeira vez em que a soldado fez uma negociação diretamente, e sozinha. “Eu fui conversando com ele, perguntando se podia aproximar um passo, até que ele confiou em mim. Quando o homem botou os dois pés para dentro do viaduto, eu estendi os braços e falei: ‘Me dá suas mãos’. Ele dizia que não faria isso, porque as mãos estavam sujas. Eu repetia que não estava preocupada com isso”, relembra a PM.
Com o homem já fora de perigo, a policial continuou conversando com ele até a chegada dos bombeiros. “Fiquei conversando com ele sobre a vida. Falei muito sobre Deus para ele. Eu digo que Deus agiu em todos os momentos ali”, contou Goulart.
Por fim, a policial solicitou apoio do Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal (CBMDF) e ficou ao lado dele até a condução do homem para o hospital. O estado de saúde dele não foi divulgado pela Secretaria de Saúde do DF.
