Envolvidos na execução de advogados em Goiás são condenados pelo Júri

Marcus Chaves e Frank Alessandro foram executados dentro do escritório onde trabalhavam, em Goiânia. O crime aconteceu em outubro de 2020

atualizado 31/05/2023 21:32

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O crime que ocasionou a morte dos advogados Marcus Aprigio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, de 47 anos, (foto em destaque) em outubro de 2020, ganhou novos capítulos nesta quarta-feira (31/5).

Após quase 26 horas, o Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos Contra a Vida do Tribunal de Justiça do Goiás (TJGO) chegou a uma conclusão sobre qual teria sido a participação dos últimos três suspeitos presos por envolvimento no crime.

Dois advogados são assassinados dentro de escritório em Goiânia

A decisão foi anunciada pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, por volta das 19h45. Por 4 votos a 3, o júri votou pela condenação dos réus Nei Castelli, apontado como mandante, e Cosme Lompa. Ambos não poderão recorrer em liberdade

Castelli, 61, foi condenado a 21 anos,10 meses e 15 dias de reclusão. Segundo as investigações, o fazendeiro teria encomendado o crime por vingança, depois de perder uma ação envolvendo terras na divisa de Goiás e Bahia, avaliadas em R$ 46 milhões, o que o obrigava a pagar R$ 4,6 milhões às vítimas a título de honorários sucumbenciais.

A Cosme Lompa Tavares foi atribuída a pena de 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão. Segundo a acusação, ele foi o responsável por contratar os executores do crime e intermediar a negociação dos valores pagos.

Hélica Ribeiro Gomes, namorada do atirador Pedro Henrique Martins Soares, foi a  única absolvida de todas as acusações. Ela havia sido presa acusada de ter ajudado na fuga do companheiro após o crime.

Pedro Henrique, responsável por efetuar os disparos contra os advogados, foi preso em 30 de outubro de 2020. Dois anos depois, condenado a 45 anos, 6 meses e 10 dias de prisão. Uma segunda pessoa envolvida nos homicídios – identificada como Jaberson Gomes – não chegou a ser julgada, pois foi morta, também em 30 de outubro, durante uma perseguição policial.

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O fazendeiro Nei Castelli, condenado por ser mandante do crime, segundo a acusação
Pedro Henrique Martins Soares, atirador que matou os advogados, condenado em 2022
Advogados foram mortos a tiros. Caso gerou comoção no estado de Goiás. Um dos mortos era filho do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) Leobino Chaves
Cúpula da segurança pública de Goiás falou sobre a prisão dos suspeitos, à época do crime
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Advogados Frank Alessandro e Marcus Aprígio foram assassinados no dia 30/10/20 no escritório onde trabalhavam

Reprodução
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O fazendeiro Nei Castelli, condenado por ser mandante do crime, segundo a acusação

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Pedro Henrique Martins Soares, atirador que matou os advogados, condenado em 2022

Divulgação/ PCGO
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Advogados foram mortos a tiros. Caso gerou comoção no estado de Goiás. Um dos mortos era filho do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) Leobino Chaves

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Cúpula da segurança pública de Goiás falou sobre a prisão dos suspeitos, à época do crime

Divulgação/Secom Goiás

Nas primeiras horas do dia, o fazendeiro Catelli foi interrogado. Ele apresentou explicações a questões que o incriminaram e declarou ser inocente. “Eu sou inocente neste crime, doutor. Não são verdadeiras as acusações. Também queria saber de onde tiraram esse indício de que fui eu”, declarou o réu. Confira o depoimento de Nei aqui.

Na noite de terça-feira (30/5), Hélica e Cosme também declararam que não participaram do planejamento dos homicídios.

Apesar da tentativa de comprovar que um agiota estaria por trás dos assassinatos, as defesas de Nei e Cosme não conseguiram convencer os jurados.

Segundo os advogados de Castelli o “conjunto de provas apresentadas diante do corpo de jurados deixou claro que os erros da investigação levaram uma pessoa inocente ao banco dos réus”.

À reportagem o criminalista Renato Armiliato Dias frisou que vai recorrer da decisão e pedir a anulação do júri. “A perseguição ao meu cliente começou quando ele foi escolhido para ser o réu deste processo numa investigação repleta de erros. Assim como durante os dias de júri o devido processo legal não foi respeitado. A apresentação de prova nova durante o júri pelo Ministério Público é um gerador de nulidade e nós vamos fazer a lei valer”, declarou.

Relembre o caso

Pedro e Jaberson, usando o nome de Fernando Morais, ligaram para o escritório de advocacia perguntando por Marcus Aprígio e chegaram a deixar um número de telefone para retorno, que, mais tarde, foi usado pela secretária das vítimas para agendar a reunião para o dia 28 de outubro de 2020.

Conforme mencionado no processo, a dupla criminosa teria se passado por clientes e marcado uma reunião para cometer os assassinatos. Eles teriam exigido dinheiro dos advogados e atirado contra os dois logo após terem roubado R$ 2 mil.

Pedro Henrique, então, foi detido dois dias após o crime. Jaberson morreu na mesma data durante uma perseguição policial. O primeiro confessou o assassinato, mas informou que tratou “apenas de um latrocínio”.

Durante as investigações, a polícia desconfiou que o crime teria sido encomendado e passou a ouvir pessoas envolvidas nas vidas dos advogados.

Após uma denúncia anônima, agentes chegaram até Hélica e teria levado a Polícia até Cosme Lompa Tavares. A mulher foi acusada de ajudar na fuga de Pedro.

Detido, Cosme Lompa teria confessado que Catelli o procurou na tentativa de encontrar alguém para executar Marcos e Frank. Conforme informado pela Polícia Civil do Goiás (PCGO)Nei Castelli encomendou o assassinato depois de perder uma ação que o obrigava a pagar às vítimas, a título de honorários sucumbenciais, o valor de R$ 4,6 milhões.

Lompa, então, teria escolhido Pedro Henrique, conhecido pela prática de diversos crimes no Tocantins, e teria combinado com ele a execução.

Apesar de no início ter sido levantada a hipótese de que um agiota poderia estar por trás do homicídio, o fazendeiro Nei Castelli foi detido como o mandante.

 

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