Lorenzo Staine Mendes, 6 anos, foi atropelado por um ciclista em 23 de novembro de 2022, quando retornava para casa, na Avenida Comercial do Paranoá. Os danos do acidente foram graves para o garoto, que teve cortes, traumas internos e deslocamento na retina, o que acabou lhe causando cegueira no olho direito. Desde então, a família da criança luta por uma cirurgia de prótese ocular.
De acordo com a mãe de Lorenzo, Jailane Gomes, que estava com a criança no momento do acidente, o homem que conduzia a bicicleta não prestou socorro. Após atingir o garoto, “subiu na bicicleta como se nada tivesse acontecido”. “Eu até consegui ver o rosto dele. Nós ficamos frente a frente, mas, hoje em dia, não consigo me lembrar muito bem, acredito que pelo trauma”, conta a mãe.
Jailane afirma que duas mulheres que estavam no local auxiliaram ela e a criança, e os levaram para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). “Nossa sorte foi a que duas mulheres nos ajudaram, porque o responsável pelo acidente simplesmente foi embora. Eu estava tão desesperada, meu filho cheio de sangue”, desabafa a mãe.
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De acordo com a esteticista, a mudança de comportamento da criança após o acidente preocupa a família. “Desde o acidente, a nossa vida não é a mesma. Toda essa situação exige mais atenção da nossa parte, nós reforçamos o acompanhamento médico dele. Constantemente vamos ao neuropediatra, ao psicólogo e realizamos novos exames para confirmar que está tudo bem”, afirma a mãe de Lorenzo.
A hipótese de que Lorenzo voltasse a enxergar foi descartada neste ano. Agora, a família luta para que o menino consiga, ao menos, uma prótese ocular, por meio de procedimento cirúrgico.
“Nós já estamos na fila de espera do SUS e temos expectativa de que chamem ele o mais rápido possível. Esperamos que a Administração do Paranoá tome as providências em relação as bicicletas em alta velocidade nas calçadas, justamente porque a mesma avenida que estávamos possuía uma via de ciclismo”, explica a mãe da criança. “Queremos que eles se responsabilizem pelo grave acidente que meu filho sofreu”, complementa.
Caso Lorenzo não realize a cirurgia, o garoto corre o risco de não desenvolver o lado direito do rosto, já que está em fase de crescimento. Além disso, a criança pode sofrer com futuras consequências psicológicas, de acordo com a mãe.
A família de Lorenzo abriu uma ação indenizatória na Justiça contra o Governo do Distrito Federal (GDF). O processo foi aberto em março de 2023, ainda não foi julgado. O Metrópoles procurou o GDF para comentar a judicialização do caso de Lorenzo.
A Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) informou que o Distrito Federal apresentou contestação e aguarda julgamento, considerando que o acidente foi provocado por terceiro e que não houve omissão do Poder Público quanto à sinalização ou à fiscalização no local.