Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fica em silêncio na CPI do DF

A defesa do militar pediu para adiar o depoimento, o que foi negado pelo presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante (PT)

atualizado 24/08/2023 13:14

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militar fala ao microfone Breno Esaki/Metrópoles

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decidiu permanecer em silêncio durante oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, realizada nesta quinta-feira (24/8) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Veja como foi:

 

Antes de anunciar que não iria responder às perguntas dos deputados distritais, ele leu o mesmo discurso que proferiu na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), em 11 de julho. Porém, um parágrafo do texto escrito pela defesa dele foi retirado.

Cid escolheu não afirmar que sua vinculação administrativa era estabelecida pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), como disse no Congresso.

O discurso de defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tem uma introdução e trajetória de Mauro Cid. O trecho retirado na CPI do DF dizia: “Minha vinculação administrativa era estabelecida pelo Gabinete de Segurança Institucional, inclusive, por meio de onde provinha minha remuneração”.

Ao fim da sessão, ele saiu sem falar com a imprensa.

Silêncio também na CPMI

Em julho, na oitiva da CPMI, Cid também fez uso do direito ao silêncio em praticamente toda a oitiva. Ele se recusou a responder perguntas em mais de 40 ocasiões, e se calou durante mais de sete horas. O depoente se recusou, inclusive, a responder questões básicas, como informar a própria idade (veja aqui).

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Mauro Cid é alvo de diferentes frentes de investigação envolvendo Bolsonaro

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Moraes solicitou lista de visitantes de Mauro Cid em junho

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Com isso, ele repete o comportamento que teve na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), em 11 de julho

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Na ocasião, Cid também fez uso do direito ao silêncio em praticamente toda a oitiva

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O advogado Cezar Bitencourt declara que Cid permanecerá em silêncio durante a CP

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Braço direito de Bolsonaro

Preso desde maio no âmbito de investigação sobre falsificação de cartões de vacina, Cid foi o braço direito de Bolsonaro ao longo do último governo, que acabou não sendo reeleito. A Polícia Federal cumpriu o mandado de prisão dentro da operação que investiga uma associação criminosa acusada pelos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

As inserções de dados falsos ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como consequência a alteração da verdade sobre a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários. O próprio Bolsonaro teria o cartão de vacina adulterado, além da filha mais nova dele, Laura, 12 anos; Mauro Cid, a esposa e a filha dele.

“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid-19”, diz a PF.

O objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação às suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19. Ao Metrópoles, na segunda-feira (21/8), o advogado de Mauro Cid negou preocupação com Bolsonaro: “Ele se preocupa com ele”.

“Ele tem muitos problemas para se preocupar com o outro lado. Ele se preocupa com ele, com a família dele, só. É indiferente [com Bolsonaro]. Não tem preocupação com o outro lado. Não sou contra nem a favor do Bolsonaro, nem ele”, afirmou Cezar Bitencourt. Desde que assumiu a defesa de Cid, na semana passada, Bitencourt tem falado que Cid vai admitir a venda do relógio Rolex nos Estados Unidos.

Além disso, no início da semana foi revelado que mensagens no celular do tenente-coronel indicam que Bolsonaro sabia da venda e do resgate das joias.

Apesar de versões conflitantes, o advogado de Cid tem mostrado que pode complicar a vida de Bolsonaro, ao afirmar que o tenente-coronel cumpriu ordens do então chefe.

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