A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF) irá ouvir o depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na próxima semana. Na mesma sessão também irá votar um requerimento para convocação do hacker Walter Delgatti Neto, também conhecido como “hacker da Lava Jato”.
Mauro Cid está preso desde maio deste ano por adulterações no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, mais recentemente, passou a ser investigado pela Polícia Federal (PF) por possível participação no esquema de venda das joias entregues como presentes por delegações estrangeiras ao ex-presidente.
“[Cid] Está convocado e a gente espera que ele venha e fale. Acho que o depoimento dele é muito importante. Vamos abordar tudo no sentido do esclarecimento que nós queremos, que é dos financiadores, dos organizadores desse golpe que aconteceu no dia 8”, declarou o presidente da CPI e deputado distrital Chico Vigilante (PT) sobre a convocação de Cid.
Cid compareceu à Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional, em 11 de julho, oportunidade a qual negou relação pessoal com Bolsonaro e ficou em silêncio.
Recentemente, o militar trocou, mais uma vez, sua defesa e contratou o criminalista Cezar Bitencourt, que se considera especialista em delação premiada.
Requerimento para convocação de Delgatti
O deputado distrital Fábio Felix (PSol) apresentou um requerimento para convocação do hacker Walter Delgatti Neto, também conhecido como “hacker da Lava Jato”, para depor na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF). Ele será votado na próxima semana pela comissão.
O pedido considera “fundamental” a oitiva de Delgatti “para compreender a articulação de agentes públicos e privados que deu ensejo aos atos golpistas ocorridos nesta Capital”.
Delgatti é ouvido na CPMI
Delgatti prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos de 8 de janeiro, na manhã desta quinta-feira (17/8). Na ocasião, afirmou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ofereceu indulto para que ele criasse um “código-fonte fake” e questionasse a legitimidade das urnas eletrônicas.
Segundo Delgatti, a proposta teria sido feita em uma reunião no Palácio da Alvorada, no ano passado.
A oitiva na CPMI ocorre um dia após o depoimento de Delgatti à Polícia Federal (PF), em Brasília. O hacker é investigado pela suposta inserção de dados falsos sobre o ministro Alexandre de Moraes, do STF, no Banco Nacional de Mandados de Prisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Investigações apontam que Delgatti teria sido contratado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para prestar os serviços, que teriam o objetivo de beneficiá-lo nas eleições de 2022.
