Chacina: Justiça do DF decreta prisão preventiva de Carlomam e Galego

Na mesma decisão, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra os cinco acusados de envolvimento na maior chacina do DF

atualizado 08/02/2023 16:00

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fotos de pessoas 3 x 4 Reprodução

A Justiça do Distrito Federal decretou a prisão preventiva de Carlomam dos Santos Nogueira e de Carlos Henrique Alves da Silva — conhecido como Galego –, acusados de envolvimento na maior chacina registrada na capital do país. Na mesma decisão, o Tribunal do Júri de Planaltina aceitou a denúncia do Ministério Público do DF (MPDFT) contra cinco pessoas presas pelo crime. São elas: Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Fernandes Barbosa, Fabrício Silva Canhedo, Carlomam e Carlos.

Esses dois últimos já estão recolhidos ao sistema prisional, mas a título de prisão temporária. Na sentença dessa segunda-feira (6/2), o juiz Taciano Vogado Rodrigues Júnior pontuou que “com a formal instauração do processo criminal, mediante a presente decisão judicial, eventual segregação cautelar dos acusados deve se dar mediante prisão preventiva, acaso estejam presentes os pressupostos e requisitos para tanto”.

“Ao analisar o pleito deduzido, verifico que a materialidade delitiva e os indícios de autoria que pesam sobre Carlomam dos Santos e Carlos Henrique Alves encontram-se suficientemente demonstrados no bojo destes autos, tanto que a denúncia oferecida, está sendo devidamente recebida”, disse o magistrado.

Entenda o papel de cada preso na chacina que fez 10 vítimas no DF, segundo depoimentos

Veja quem são os acusados: 

5 imagens
Horácio Carlos Ferreira, 49 anos
Fabrício Silva Canhedo, 34 anos
Carlomam dos Santos Nogueira, 26 anos
 Carlos Henrique Alves da Silva, 27 anos
1 de 5

Gideon Batista de Menezes, 55 anos

Reprodução
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Horácio Carlos Ferreira, 49 anos

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Fabrício Silva Canhedo, 34 anos

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Carlomam dos Santos Nogueira, 26 anos

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 Carlos Henrique Alves da Silva, 27 anos

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Motivação dos assassinatos

A chácara em que parte dos parentes morava, no Itapoã, avaliada em R$ 2 milhões, seria a motivação dos criminosos para matar a família. No terreno, viviam também Gideon Batista de Menezes, 55 anos, e Horácio Carlos, 49 — suspeitos de participar da chacina.

Gideon e Horácio Carlos contaram aos investigadores que eram funcionários de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, e que queriam vender a chácara dele após o crime. O plano seria assassinar toda a família do mecânico para tomar posse do imóvel.

Os criminosos começaram a planejar a chacina em outubro. No dia 23 daquele mês, alugaram o cativeiro onde manteriam as vítimas, em Planaltina (DF).

Em dezembro, a ex-mulher de Marcos Antônio, Cláudia Regina Marques de Oliveira, 55, vendeu uma casa por R$ 200 mil. Assim, o plano dos criminosos passou a envolver, também, o restante da família de Marcos Antônio.

Infográfico com fotos de vítimas da chacina no DF e suas relações familiares bem como com os assasinos - Metrópoles

Maior chacina do Distrito Federal

Em 28 de dezembro, Marcos Antônio, a esposa dele, Renata Juliene Belchior, 52, e a filha do casal, Gabriela Belchior de Oliveira, 25, foram rendidos.

Naquela data, o plano dos criminosos — Gideon; Fabrício Silva Canhedo, 34; Carlomam dos Santos Nogueira, 26; e um adolescente de 17 anos — era render as vítimas em casa e as levar para o cativeiro.

Morador da chácara, Gideon permitiu a entrada de Carlomam e do adolescente, para simular um roubo ao imóvel. Horácio Carlos, que também morava no terreno, fingiu ser vítima.

Marcos Antônio teria reagido ao suposto assalto e foi baleado na nuca por Carlomam. O grupo criminoso enrolou o mecânico em um tapete. A vítima estava ofegante e foi levada, com Renata Juliene e Gabriela, para a casa usada como cativeiro, em Planaltina (DF).

Na mesma noite, Marcos Antônio foi esquartejado, ainda vivo, por Gideon e Horácio Carlos. A dupla enterrou a vítima em uma cova improvisada no terreno.

Durante a madrugada, no cativeiro, o adolescente entrou em pânico ao ver a brutalidade da ação, pulou o muro e fugiu do local.

4 de janeiro

Os criminosos também levaram Cláudia Regina e a filha dela, Ana Beatriz Marques de Oliveira, 19, para o local do cárcere.

O grupo conseguiu render a vítima ao simular — com o celular de Marcos Antônio — que Gideon e Horácio Carlos ajudariam na mudança para a nova casa de Cláudia Regina, pois ela havia vendido o imóvel anterior.

Quando Cláudia Regina e a filha Ana Beatriz entraram na casa nova, acabaram rendidas por Carlomam, enquanto os demais também fingiam ser vítimas.

As duas foram levadas para cativeiro: Renata Juliene e Gabriela ficaram em um cômodo; Cláudia Regina e Ana Beatriz, em outro.

12 de janeiro

Thiago Gabriel recebeu um bilhete que o chamava, com a esposa Elizamar da Silva, 39, e os filhos do casal, até a chácara no Itapoã. Os criminosos escreveram um termo usado por Marcos Antônio para tornar a mensagem convincente.

Lá, Thiago acabou rendido. A cabelereira Elizamar foi para o endereço só após sair do trabalho, à noite. Ao chegar, também foi feita refém.

Sem apoio do adolescente, que não quis mais participar do crime, o grupo precisou de um novo ajudante: Carlos Henrique Alves da Silva, 27, conhecido como “Galego”.

De lá, os criminosos seguiram para Cristalina (GO), com Elizamar e os três filhos dela, onde asfixiaram as vítimas e queimaram o carro da cabeleireira. Thiago Gabriel ficou no cativeiro.

“Sempre nas ações de queimar corpos e levá-los para fora do DF, estavam presentes Carlomam, Horácio e Gideon. O Fabrício ficava cuidando do cativeiro”, disse Ricardo Viana, delegado responsável pelo caso.

De madrugada, Carlomam, Horário Carlos e Gideon dirigiram com Renata Juliene e Gabriela, no carro de Marcos Antônio, até Unaí (MG). Lá, eles as asfixiaram e incendiaram o veículo com os corpos das vítimas dentro.

Devido às queimaduras, Gideon não participou dos outros assassinatos.

15 de janeiro

Thiago Gabriel, Cláudia Regina e Ana Beatriz deixaram o cativeiro, no Vale do Sol, em Planaltina (DF) ainda com vida. No entanto, foram levados com os criminosos para um terreno no Núcleo Rural Santos Dumont, a cerca de 5km de onde estavam, onde foram esfaqueados perto de uma cisterna. Em seguida, os assassinos jogaram os cadáveres das vítimas dentro do poço.

“Os criminosos sabiam exatamente o local onde esses corpos ficariam. A vítimas saíram da chácara com vida, e quando chegaram ao local dos assassinatos, foram mortas por objeto cortante”, afirmou o delegado Ricardo Viana.

“[Os corpos de] Ana Beatriz, Cláudia Regina e Thiago Gabriel foram jogados no interior da cisterna e, depois, cobertos com pedras, calhas e terra”, completou.

A execução do plano durou 18 dias. Para a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), os executores da chacina formam uma associação criminosa armada.

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