Uma publicação no Twitter avaliou características de design, ergonomia, assento, ventilação e iluminação dos ônibus do Distrito Federal. As notas, que vão de 1 a 10, deixaram os ônibus da empresa São José na pior colocação do ranking chamado “cavaleiros do apocalipse” de transporte do DF.
A postagem, compartilhada nesta segunda-feira (3/4) pelo estudante de ciências sociais André Pires, viralizou nas redes sociais e levantou debates sobre a qualidade do transporte público da capital federal.
Com nota 4 para o design, 2 para ergonomia, 5 para ventilação, 4 para assento, e 2 para iluminação, o estudante descreveu o ônibus da São José como “fenotipicamente quebrável”. Ele explicou que o transporte balança muito internamente e, por isso, quebra regularmente.
“Duas coisas são certas na vida: a morte; e que o ônibus da São José vai quebrar. O ônibus é fenotipicamente quebrável de longe, internamente balança tudo, cadeiras próximas e se você tem mais de 1,75 seu joelho bate no banco. O design só de olhar já da medo”, descreve o internauta.
O estudante acrescentou que a ventilação dos ônibus da São José é ruim por conta da “janelinha mixuruca”, além disso, o coletivo é mal iluminado e com assentos desconfortáveis.
Veja a publicação
AVALIAÇÃO DE ÔNIBUS DO DF, UMA THREAD NECESSÁRIA.
— André Pires (@AndrePiresDF) April 3, 2023
Competindo com a São José para a pior colocação no ranking, o coletivo da Pioneira/BRT também deixou a desejar na classificação dos internautas. “Jesus amado, esse aqui é uma atrocidade”.
Com nota 5 para design, ergonomia (2), ventilação (1), assento (3), iluminação (7), o transporte é descrito como o “inimigo de quem tem ‘ites’: sinusite ou rinite”. O coletivo não tem janelas, já que é ventilado por ar condicionado. Mas, na avaliação, a ventilação do ônibus ganhou nota 1, pois o o filtro do ar “não é limpo desde que o ônibus começou a rodar no DF”, segundo o usuário.
“Esse BRT é um inimigo da alegria, tornando a volta para casa mais difícil e insalubre. Ele te engana. Quem vê esse amarelinho grande por fora, não imagina o caos que ele guarda em seu interior”, diz a publicação.
Em nota à reportagem, a viação Pioneira afirmou que o ar condicionado passa por manutenção diariamente e a limpeza é toda programada, com ações imediatas na garagem em caso de problemas pontuais. “A empresa informa ainda que toda a frota foi renovada recentemente.”
Marechal e Urbi
Os ônibus das empresas Marechal e Urbi também são colocados na lista de “cavaleiros do apocalipse”. Os dois são o terceiro e quarto colocados nos seis piores coletivos do Distrito Federal.
A Urbi foi descrita como um “São José que funciona”. Apesar dos defeitos, o ônibus da Urbi “tem seu valor”. As notas foram: design (7), ergonomia (2), ventilação (5), assento (5), iluminação (2).
Já o Marechal é o “bauzinho do parkinson”, por ser o que mais balança os passageiros. As notas foram 6 para design, ergonomia (5), ventilação (7), assento (5), iluminação (4).
Primeiro colocado no ranking
O ônibus da empresa Piracicabana aparece como primeiro colocado na lista. Foi classificado como “o queridinho da UnB e dos moradores do lado Norte do quadradinho, uma eterna relação de amor e ódio”. O estudante destacou o “upgrade” que os ônibus da Piracicabana tiveram depois que mudou o layout da empresa de salmon e branco para verde e cinza.
Até a feição dos colaboradores da Piracicabana mudou. O cinza com verde é o Reizinho, não tem jeito! Cobrador e motorista com sorrisão todo dia. O preço do sorriso só quem chora sabe o custo”, diz a publicação.
As notas foram design (7), ergonomia (8) ventilação (6), assento (7), iluminação (5). “O cinza com verde chega impondo e traz a esperança de uma chegada tranquila dentro do caos que é a mobilidade urbana do Distrito Federal”.
O que diz a Secretaria de Mobilidade
A reportagem questionou a Secretaria de Mobilidade do Distrito Federal (Semob) sobre as reclamações dos internautas sobre os ônibus do DF. A pasta ainda não respondeu. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
O Metrópoles procurou individualmente todas as empresas citadas nesta reportagem.
