Uma catadora de materiais recicláveis e moradora do Distrito Federal esteve entre as pessoas que passaram a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a cerimônia de posse neste domingo (1º/1). Aline Sousa (foto em destaque), 33 anos, é uma representante da categoria no DF.
Aline é catadora desde os 14 anos e estudou em colégios públicos de Taguatinga Sul. Desde 2015, ela é presidente da Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do DF (Centcoope-DF).
Aline conta que recebeu por ligação a notícia sobre a participação da cerimônia de posse. O fotógrafo oficial de Lula, Ricardo Stuckert, fez o convite à catadora. “Eu fiquei em choque. Não acreditei. Na hora, eu falei: ‘É uma honra. Aceito'”, contou.
Até a tarde da posse, Aline não sabia que faria parte de um dos momentos mais emblemáticos da cerimônia. “O convite que recebi foi para, junto de outras lideranças de movimentos sociais, subir a rampa e passar a faixa para o presidente”, relatou.
“Enquanto mulher, cidadã, negra, passar a faixa para nosso presidente dá uma sensação de que a luta valeu a pena. A luta desses últimos anos em defesa da democracia, dos direitos das pessoas. Valeu a pena. O povo era quem deveria, sim, ter passado a faixa”, enfatizou Aline.
Assista:
Redes sociais
Atualmente, Aline também é responsável pela Secretaria Nacional de Catadoras. Nas redes sociais, horas antes do evento, ela postou um vídeo em que se maquiava e escreveu: “Minha irmã me maquiando para um dos eventos mais importantes da minha vida”.
Aline também foi beneficiária do Minha Casa Minha Vida, em 2009. Atualmente, tem sete filhos: seis meninos e uma menina.
Por volta das 17h deste domingo (1º/1), Aline tinha cerca de 960 seguidores em uma rede social. Após a aparição na posse, 45 minutos depois, o número saltou para 2,5 mil. Até a última atualização desta reportagem, a catadora acumulava 8.338 seguidores.
Outros perfis
O grupo que assumiu a responsabilidade de passar a faixa presidencial para Lula foi formado por um indígena, uma pessoa com deficiência, uma criança negra, representantes da cultura, trabalhadores e beneficiários de programas sociais criados durante os governos do PT.
Confira:
Francisco Silva
Corintiano roxo, assim como Lula, Francisco tem 10 anos e vive em Itaquera, periferia de São Paulo. Em 2022, ficou em primeiro lugar no campeonato da Federação Aquática Paulista (1° região). Foi ao acampamento montado em frente ao prédio da Polícia Federal, em Curitiba, onde o petista ficou preso para desejar: “Bom dia, presidente Lula”.
Cacique Raoni Metuktire
O cacique Raoni, da etnia Kayapó, é uma das principais lideranças indígenas do país. Ele tem uma trajetória marcada pela luta a favor dos direitos dos povos indígenas e pela preservação da Amazônia.
Raoni teve uma forte atuação de oposição ao mandato de Jair Bolsonaro. Ele chegou a ser atacado pelo então presidente durante um discurso na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Recentemente, sobreviveu a uma infecção por Covid-19.
Ivan Baron
Ivan é um influenciador digital que usa suas redes sociais para falar sobre capacitismo. Ele teve meningite viral aos 3 anos, doença que causou a sua paralisia cerebral. É considerado um dos embaixadores da inclusão no país.
Jucimara Fausto dos Santos
Cozinheira, participou de concurso de culinária na Vigília Lula Livre, montada em frente em Curitiba, onde Lula ficou preso por quase dois anos. Moradora de Maringá, ela cozinha para a Associação dos Funcionários da Universidade Estadual de Maringá.
Weslley Viesba Rodrigues Rocha
O jovem de 36 anos é metalúrgico desde os 18. Natural de Diadema, ele é casado, pai de dois meninos, e formou-se em educação física por meio do Programa de Financiamento Estudantil (Fies).
Representando o grupo da cultura, Wesley é DJ em um grupo de Rap chamado Falange.
Murilo de Quadros Jesus
Professor, formado em Letras Português e Inglês. Ele deu aula de português na Universidad de La Sabana (Bogotá, Colômbia) entre 2016 e 2017 e foi bolsista Fulbright como professor de português na Bluefield College (West Virginia, EUA) entre 2021 e 2022.
Flávio Pereira
Flávio tem 50 anos, é artesão e natural de Pinhalão, Paraná. Esteve na vigília Lula Livre, em Curitiba, nos 580 dias em que Lula esteve preso ajudando nas atividades do acampamento.
Os brasileiros e brasileiras que entregaram a faixa para Lula. #EquipeLula
📸: @ricardostuckert pic.twitter.com/pCvcogjzOP
— Lula (@LulaOficial) January 1, 2023
