“Um cara com um brilho desses, não poderia ter perdido a vida tão cedo. Pegou todo mundo de surpresa. Na hora que eu soube, achei que mais uma pegadinha dele, só para fazer zoeira. Só que foi mais sério do que eu poderia imaginar”, lamenta o supervisor de uma fazenda no município baiano de São Felix do Coribe, Jadson David, 22, e amigo de infância do soldado do Exército Breno Caraíba, morto aos 23 anos. O militar foi espancado durante uma festa, em 14 de maio, numa casa de show, em Santa Maria.
Jadson disse, em conversa ao Metrópoles, que acompanhou o velório do amigo pelas redes sociais. “Tentei conversar com a irmã dele. Mas não consegui, acredito que ela está com muita demanda”, analisa.
Vizinhos e colegas de escola, estudaram juntos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, antes de Breno se mudar para Brasília para servir o Exército, há cerca de 5 anos. Na época, o rapaz cursava o 2º ano do ensino médio. “Um sonho que ele tinha era servir o Exército, desde novo.”
“Era um cara muito especial na minha vida. Por causa das aventuras de infância, da igreja, futebol. Ele não merecia ter morrido dessa maneira tão trágica. Era muito alegre, espontâneo, cara honesto, parceiro. A única coisa que passa no meu peito é por sede de Justiça. Se não tiver Justiça aqui na terra, virá de Deus.”
Veja quem são os suspeitos:
O crime
De acordo com a investigação, conduzida pela 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), o crime teve a participação três pessoas, todas identificadas. Um dos suspeitos, Paulo Henrique, 20, foi preso na última sexta-feira (19/5); Os outros dois, Éric da Silva Alencar, 23, foragido do saidão do Dias das Mães, e um menor de idade, de 15 anos, estão sendo procurados.
“Esses amigos [os suspeitos] estavam juntos, ao lado de uma mesa bistrô, e a vítima tentou passar pelo local, que estava muito apertado, com a aglomeração”, detalhou o delegado-chefe adjunto Renato Martins, à frente das investigações.
“Houve um esbarrão no menor de idade e, a partir daí, iniciou-se a confusão. A vítima teria agredido o adolescente com um murro no rosto, e, os amigos, intervieram na situação, para auxiliar o mais novo”, acrescentou Renato.
Mesmo desacordado, Breno continuou a ser agredido pelo trio. “No fim, um dos autores [do crime] pegou a mesinha [bistrô] e agrediu Breno com um golpe na cabeça”, completou o delegado.
A princípio, Paulo e Éric responderão por homicídio duplamente qualificado — por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima —, além de corrupção de menores.
Os dois são amigos de infância e, em 2018, teriam cometido um duplo homicídio, no Gama. “Por esse crime, inclusive, Éric cumpria pena. À época, Paulo Henrique era menor e respondeu com base no ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente]”, concluiu o delegado.
Amigos e familiares do jovem se despediram do militar na terça-feira (16/5), durante o velório e sepultamento da vítima, no cemitério Parque Memorial, no Novo Gama (GO), Entorno do DF.