Agressivos, bolsonaristas acampados no QG declaram: “Matar ou morrer”

Há mais de 60 dias em frente ao Quartel General, extremistas veem com maus olhos novos rostos ou qualquer tentativa de aproximação

atualizado 06/01/2023 7:27

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Acampamento no QG Vinícius Schmidt/Metrópoles

Há mais de 60 dias em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, o acampamento bolsonarista fica cada vez mais vazio. A medida que a quantidade de manifestante diminui, o grupo que permanece torna-se mais íntimo, vendo com maus olhos novos rostos ou qualquer tentativa de aproximação.

O Metrópoles esteve no local nesta quinta-feira (5/1) e, antes mesmo de adentrar a área, a repórter recebida com gritos e pedidos de identificação. Em determinado momento, inclusive com tom de ameaça, solicitaram que a equipe fosse levada ao centro do acampamento.

A tentativa de coação só cessou após uma senhora, em protesto, bater o pé e declarar o perigo da empreitada: “Se levarem, vão matar”.

De acordo com a mulher, que afirma permanecer no acampamento “para lutar pelo Brasil até a morte”, o tempo em que estão no local “enfrentando sol e chuva” fez com que os “nervos ficassem à flor da pele”. Conforme relatado, quem não foi embora até o momento está preparado “para matar ou morrer”

“Se alguém grita ‘infiltrado’, os outros chegam e não querem saber. Partem para cima e metem mesmo a porrada. Estamos todos com sangue nos olhos. Só sairemos daqui com o código fonte”, começou.

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O Metrópoles flagrou campistas reclamando de que apoiadores estariam passando no QG apenas para fazer uma "boquinha"
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Bolsonaristas acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília ainda fazem fila para almoçar no local

Milena Carvalho/Metrópoles
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O Metrópoles flagrou campistas reclamando de que apoiadores estariam passando no QG apenas para fazer uma "boquinha"

Milena Carvalho/Metrópoles

“Não aceitamos que o Brasil vire uma Venezuela. Não aceitamos que nossas casas sejam invadidas e nossa polícia seja desarmada. Lutaremos até o fim das nossas vidas, se preciso for. E estaremos preparados para isso muito em breve. Estamos nos organizando e a qualquer momento uma guerra civil acontecerá. Bandidos e a esquerda não nos comandarão jamais”, finalizou.

Indagada sobre um possível movimentação para um novo ato em Brasília, a entrevistada desvencilhou, mas esclareceu que até 10 de janeiro “algo irá acontecer”. “Inclusive, se não tiver comida em casa, estoque. É o que posso te aconselhar. Agora sabemos que vai. Se precisar morrer pela nação, morreremos”, pontuou.

Movimentação em grupos bolsonaristas

Dias após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomar posse como presidente da República, e apesar de o acampamento em frente ao QG do Exército em Brasília ter reduzido consideravelmente, bolsonaristas prometem um novo ato. A intenção, desta vez, é “invadir” a capital federal.

Em mensagens obtidas pelo Metrópoles, os grupos de bolsonaristas dizem que planejam “cercar” Brasília e “parar tudo”, para que ninguém “consiga trabalhar”. O texto circula por grupos de WhatsApp compostos por apoiadores do ex-presidente da República.

Os grupos, que não reconhecem a vitória de Lula nas eleições de 2022, afirmam que pretendem causar “caos”, com uma “greve geral” entre 9 e 12 de janeiro. Novamente, por 72 horas.

Confira:

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Participantes mencionam "72 horas de caos"
Bolsonaristas pretendem se separar entre grupos, para despistar polícias
Integrantes dos grupos incentivam uns aos outros
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Conversas em grupo de bolsonaristas

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Participantes mencionam "72 horas de caos"

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Bolsonaristas pretendem se separar entre grupos, para despistar polícias

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Integrantes dos grupos incentivam uns aos outros

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Os relatos dão conta de que a ideia é dividir os manifestantes em grupos, para impedir que as polícias Militar do Distrito Federal (PMDF), Federal (PF) e Legislativa tenham “condições de monitorar tudo” ou “contingente para atacar e reprimir os manifestantes”.

Em apoio à convocação, integrantes dos grupos vibraram, com incentivo à participação de mais pessoas nos atos. E aconselharam: “Não levem crianças ou idosos”.

“É algo para nós: homens e mulheres que querem ver o Brasil livre das mãos de vagabundos. [Pessoas] dispostas a, se preciso for, levar gás na cara, cacete no lombo e ser preso, pois a ordem será o uso da força para conter nossa movimentação. Temos de resistir e estarmos prontos para o que der e vier”, declarou um apoiador.

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