“Achava que era uma das vítimas”, diz amigo sobre suspeito de chacina

Segundo relato de amigo, Horácio Carlos Ferreira, 49 anos, era muito próximo de Marcos Antônio Lopes, 54, com quem sempre estava junto

atualizado 27/01/2023 19:41

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Divulgação/PCDF

Além de manterem uma relação profissional, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54 anos, e o mecânico Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49, eram bastante próximos e, quase sempre visto juntos, segundo um amigo da vítima disse ao Metrópoles. Horácio é um dos cinco presos por suspeita de envolvimento com a chacina.

Em depoimento à polícia, o suspeito, que morava no mesmo lote da família assassinada, chorou ao confessar ter matado a cabeleireira Elizamar da Silva, de 39, dos três filhos, da sogra e cunhada dela.

Amigo próximo de Marcos Antônio há mais de 10 anos, um mecânico que preferiu não identificar, contou que havia conversado com a vítima pela última vez no início de dezembro e, desde então, não teve mais contato. Com Horácio, pelo contrário, ele conversou no dia em que foi preso.

“Eu tinha viajado no início de janeiro e, quando retornei, me falaram que Marcos e a família dele estavam fora da cidade há semanas, sem dar notícia. Horácio também estava sumido e no dia em que apareceu, já haviam encontrado um dos carros da família carbonizado. Eu até comentei que achava que ele era uma das vítimas, que teria tido o corpo queimado”, relatou

Conforme relembra o amigo, quando Horácio reapareceu, ele não apresentou comportamento estranho diante do desaparecimento da família. “Ninguém imaginava que ele iria se envolver com essa quadrilha pra cometer tamanha crueldade, matar inocentes. Nunca passou pela nossa cabeça que ele poderia fazer algo do tipo. A gente até ficou aliviado quando ele apareceu vivo”, conta.

Marcos e Horácio se davam muito bem e sempre eram vistos andando juntos. “Ele vivia dentro da casa de Marcos e da família dele, todos juntos na maioria do tempo. Nos últimos meses, Gideon e Fabrício também passaram a frequentar o lote deles com certa frequência”, comenta o amigo.

Segundo o mecânico, o suspeito sabia que a cabelereira Elizamar da Silva, de 39 anos, estava com uma quantia de R$ 10 mil em espécie para investir no salão de beleza que mantinha na Asa Norte. Já Renata Juliene Belchior, 52, sogra de Elizamar, teria suspostamente vendido um imóvel por R$ 400 mil. Cláudia Regina Marques de Oliveira, ex-mulher de Marcos, também tinha comercializado um imóvel por R$ 200 mil.

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Mandante do crime

Inicialmente, a principal linha de investigação da polícia era de que Marcos Antônio e o filho dele, Thiago Gabriel, 30 anos, seriam os mandantes do assassinato do restante da família. Contudo, essa versão foi descartada após o corpo de Marcos ter sido encontrado enterrado no cativeiro em que Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior de Oliveira, 25, mulher e filha dele, respectivamente, teriam sido mantidas reféns.

“Eles eram amigos próximos da família. Moravam no mesmo lote e sabiam que alguns estavam com dinheiro na conta ou no bolso. Assim, acreditamos que mataram um por um”, disse o delegado-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Ricardo Viana.

O amigo próximo de Marcos nega que ele teria qualquer envolvimento na chacina da própria família. “O passado dele não condenava quem ele era. O Marcos era um cara excepcional, como pessoa e pai. Ajudava todos, sempre que possível. Morria pelos filhos, daria a vida por eles”, lamenta.

Até agora, cinco pessoas foram presas suspeitas de terem participado do crime. A PCDF pediu, ainda, pela apreensão de um adolescente de 17 anos.

Envolvimento na chacina

Horácio afirmou em depoimento que recebeu entre R$ 4 mil e R$ 5 mil para cometer o crime. No momento da prisão, ele tinha R$ 40 mil na conta.

Segundo ele, a ideia inicial, no entanto, seria executar apenas Renata e Gabriela, esposa e filha de Marcos, respectivamente. O valor total combinado para que os assassinatos fossem cometidos era R$ 100 mil – montante que deveria ser dividido entre Horácio e Gideon Batista. Parte do pagamento seria com um Siena preto.

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Primeiro a confirmar participação na chacina, Horácio foi preso em 17 de janeiro. À Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) o homem teria dito que trabalhava com Marcos Antônio e, inclusive, morava no mesmo terreno que a família do suposto chefe residia.

Horácio declarou à polícia ter alugado a casa onde as vítimas foram mantidas em cativeiro três meses antes de o crime acontecer.

Segundo o assassino confesso, as mortes de Elizamar e dos filhos dela ocorreram a partir de uma ordem de Thiago, que estaria cansado do relacionamento com a esposa. Então, após atrair a mulher e as crianças para a morte e atear fogo nos corpos, ele teria retornado ao cativeiro para matar Renata e Gabriela. Horácio levou as duas para Unaí, em Minas Gerais.

O homem disse que Thiago e Marcos eram os mandantes do crime e que eles teriam fugido com Cláudia e Ana Beatriz.

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