A coluna perguntou ao ministro Silvio Almeida (foto), dos Direitos Humanos, se ele se sentiu “invisibilizado” ou desrespeitado pelo gabinete da primeira-dama, Janja da Silva, no episódio que resultou na demissão de um secretário da pasta na última quarta-feira.
Silvio Almeida, porém, não quis responder. Mandou um assessor dizer que não falaria nada mais sobre o assunto além da nota oficial já divulgada pelo ministério.
A confusão
O ministro exonerou o secretário dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro, depois de uma reunião com a primeira-dama.
À coluna, Castro disse nesta segunda-feira ter sentido que Silvio Almeida o demitiu porque ficou “melindrado” com o fato de o encontro ter sido agendado diretamente entre seus assessores e a equipe de Janja — sem passar, portanto, pelo gabinete do ministro.
Silvio Almeida soube só depois, ao ser convidado pelo próprio Castro para participar. O agora ex-secretário acabou perdendo o cargo no mês seguinte.
O ministro teria entendido que houve quebra de hierarquia, uma vez que o natural seria ele próprio, como chefe da pasta, tratar com a primeira-dama.
A julgar pelas declarações de Ariel de Castro, é o primeiro caso de demissão por disputa de egos no atual governo.
A nota divulgada pelo Ministério dos Direitos Humanos pouco depois da exoneração diz que a decisão se deu “em razão de um necessário ajuste administrativo com base nos objetivos e estratégias alinhavados pelo gabinete ministerial, sem prejuízo do respeito à trajetória profissional do ex-secretário”.
“Invisibilizado”
O verbo “invisibilizar” costuma ser usado largamente na área de direitos humanos, especialmente para se referir a minorias ou grupos que tradicionalmente são alvos de algum tipo de discriminação. Significa fazer com que algo ou alguém se torne invisível, seja ignorado, desconsiderado.
