Um dos generais palacianos mais próximos de Jair Bolsonaro no governo que terminou em 31 de dezembro, Augusto Heleno Ribeiro garante que desconhecia a proposta de decretar estado de defesa para anular as eleições.
“Não tinha (ciência)“, respondeu o general da reserva do Exército ao ser indagado pela coluna.
Sobre o teor do documento, Heleno não quis avançar: “Não acho nada. Não estou no governo, não me cabe achar nada. (…) Não me interessa falar sobre isso”.
Um rascunho da proposta golpista, formatado no padrão que o Palácio do Planalto costuma utilizar, foi encontrado pela Polícia Federal na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça Bolsonaro, conforme revelou o jornal Folha de S.Paulo. O texto, claramente inconstitucional, previa a instauração de estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral para que militares mudassem o resultado das eleições — era uma proposta de golpe.
A PF fez busca e apreensão no endereço de Anderson Torres por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Moraes também determinou também a prisão de Torres.
Após deixar o governo federal, o ex-ministro de Bolsonaro assumiu a Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Ele é apontado como um dos responsáveis pela inação policial que permitiu os ataques terroristas às sedes dos três poderes da República, no último domingo.