No último domingo (22/1), viralizou na internet um vídeo em que um casal é flagrado fazendo sexo em uma roda gigante em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Nas alturas, os “transões” movimentavam a cabine do brinquedo instalado no Cabo Folia, sem parecer se importar com as pessoas que passavam e filmavam.
🚨Gente? Casal é flagrado fazendo sexo em roda-gigante de festa pré-carnaval no Rio de Janeiro pic.twitter.com/5G95QTzbNM
— Zoeira Da Vida (@ZoeiraDaVidaa) January 22, 2023
Ainda que muita gente não consiga entender o que faz alguém se expor desta forma, principalmente em um lugar tão alto, o fato é que existem diversos fetichismos envolvidos em uma transa na roda gigante.
A sensação de medo – de altura ou de ser visto, nesse caso –, que pode paralisar algumas pessoas e impedi-las de relaxar o suficiente para sentirem prazer, para outras pessoas pode ser exatamente o que eleva a excitação. “Fetiches são subjetivos, logo, o que excita e mobiliza o comportamento sexual de cada um é muito particular”, diz o psicólogo André Almeida.
Além do tesão pelo medo de altura, está muito presente também o exibicionismo, que consiste em ter desejo sexual em saber que está sendo observado fazendo sexo. “O exibicionista é a pessoa que tem o objetivo claro de outra pessoa o ver, o tesão é saber que está sendo visto”, explica.
Por outro lado, o sexo em locais públicos, muitas vezes, está mais relacionado com a adrenalina de poder ser pego no flagra. “Transar em locais onde é possível ser descoberto envolve neurotransmissores e hormônios que criam um estado de alerta, que ao mesmo tempo que pode ser inibidor para algumas pessoas, pode ser excitante para outras”, elucida André.
Mas e o bom senso?
Contudo, ainda que tudo seja válido para ter prazer, desde que consensual e que não cause sofrimento a ninguém, é importante lembrar que a prática de ato obsceno em lugar aberto ou exposto ao público é crime previsto no artigo 233 do código penal. A pena pode ser de multa ou detenção de três meses a um ano.
Sem contar que os desejos de uns não podem invadir os direitos de outros — nesse caso, as outras pessoas que estão sendo expostas às cenas e não necessariamente gostariam de vê-las.
