Alvo das reclamações de Luciane Barbosa Farias, a Dama do Tráfico do Amazonas, o “body scan” é um aparelho usado na revista de visitantes do sistema prisional. Ele detecta objetos suspeitos, como celulares, na roupa ou até mesmo dentro do corpo da pessoa que terá contato com o detento.
O objetivo é impedir a entrada de drogas, aparelhos celulares, armas e outros itens proibidos nos presídios. Durante audiência no Ministério dos Direitos Humanos, Luciane Farias, que é casada com Clemilton Farias, o Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho no estado, reclamou do funcionamento da máquina.
“Peço que seja vista a situação das visitas, que nós, familiares, quando vamos visitar, temos o problema da revista vexatória, porque mesmo com o ‘body scan’, aparece a tal da mancha e 20, 30, 40 pessoas retornam e não conseguem ver seus familiares”, disse Luciane.
“Pessoas que vão do interior do estado, muitas vezes de barco, não conseguem ver seu familiar por causa da tal da mancha. O agente não está qualificado para manusear o aparelho, e a pessoa paga por isso”, continuou a Dama do Tráfico.
O “body scan” funciona como um raio-x corporal, onde o visitante precisa ficar de pé enquanto tem seu corpo escaneado pela máquina. Todos os visitantes precisam passar por ela para acessar o presídio. O equipamento, semelhante aos scanners usados em postos alfandegários de aeroportos, visa substituir a revista íntima, em que as pessoas precisavam se despir na frente dos agentes penitenciários. Em 2019, a instalação do aparelho provocou um motim na Penitenciária Estadual de Canoas, no Rio Grande do Sul.
Luciane Farias foi condenada a 10 anos de prisão por lavagem de dinheiro, associação ao tráfico e organização criminosa. Ela recorre da sentença em liberdade.
Segundo o Ministério Público Federal, a mulher de Tio Patinhas atuava na parte financeira das atividades ilegais do marido. Clemilton Farias está detido na penitenciária de Tefé, onde cumpre sentença de 31 anos de prisão.
Como mostrou a coluna, a filha do traficante Fernandinho Beira-Mar foi condenada em abril deste ano por irregularidades nas visitas ao pai na cadeia. Vereadora, Fernanda aproveitou os encontros para repassar mensagens codificadas e permitir a comunicação do pai com integrantes do Comando Vermelho (CV).
