Lula sancionou a lei que atualiza a política de cotas para o ingresso em instituições de ensino federais. Agora, candidatos provenientes de famílias com renda de um salário mínimo e quilombolas passam também a ser beneficiários.
Além disso, os candidatos cotistas não disputarão apenas as vagas destinadas a cotas, cujas notas de corte nos exames são mais baixas. A atualização da lei prevê que, em primeiro lugar, serão levadas em conta as notas dos cotistas na concorrência geral. Esse novo critério pode permitir que mais beneficiários entrem no ensino superior pelo regime de cotas.
“A Lei de Cotas provocou uma revolução pacífica na educação brasileira ao abrir as portas das universidades federais para jovens de baixa renda, negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência”, disse Lula.
É uma revolução tão impressionante que, de acordo com o governo federal, os alunos cotistas têm desempenho acadêmico igual ou superior aos dos alunos que obtêm vagas pela ampla concorrência. Mais: a taxa de permanência e conclusão do concurso entre os cotistas é 10% maior. Estamos falando, portanto, sejamos diretos, de uma superioridade intelectual e até moral dos cotistas sobre os não-cotistas.
É extraordinário porque, a levar em conta tais dados governamentais, o ensino básico de má qualidade ao qual está submetida a maioria dos cotistas não teria grande repercussão formativa, ao contrário do que dizem os especialistas em educação. Inversamente, o ensino básico de boa qualidade, ou de relativa boa qualidade, de que gozam os brancos de classe média criaria mais gente indolente, para dizer o mínimo.
Um dos fundamentos da revolução pacífica das cotas teria sido justamente a destruição do ensino básico para o povo, como é que ninguém percebeu?
O próximo passo da revolução pacífica das cotas deveria ser radical: impedir que brancos de classe média que estudaram em escola particular possam entrar em universidades públicas, sejam federais ou estaduais. Bando de filhinhos de papai inúteis.