Com Rebeca Ligabue, Luiz Maza, Júlia Marques, Pedro Ângelo e Igor Teixeira

Saiba mais sobre a relação de Rita Lee, Rainha do Rock, com a moda

A cantora, uma das integrantes do Tropicalismo, faleceu nessa segunda-feira (8/5). Seus figurinos se adaptavam às estética dos seus álbuns

atualizado 09/05/2023 13:12

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Na imagem com cor, Rita Lee - Metrópoles @ritalee_oficial/Instagram/Metrópoles

A cantora paulista Rita Lee morreu nessa segunda-feira (8/5) por complicações devido a um câncer no pulmão. Considerada a Rainha do Rock no país, a artista foi uma das integrantes do grupo Os Mutantes e do movimento Tropicália, ao lado de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé. Apesar de não ter a moda como ponto central da carreira, usava figurinos para contar histórias e reforçar sua essência subversiva.

É fato que Rita Lee queria chocar, ser diferente e não corresponder às expectativas. Nesse sentido, ela jamais seria uma “diva pop” como as de hoje: pense em Beyoncé, Adele, Dua Lipa e Rihanna. Essa característica não fazia da paulista uma artista menos pop

Quem visitou a exposição em homenagem à cantora em setembro de 2021, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, pode conferir de perto os figurinos mais marcantes de sua carreira. Compilados e analisados de forma isolada, eles são a prova viva de que Rita Lee usou, sim, roupas para contar histórias e amarrar as narrativas de seus álbuns. 

Um exemplo? O conjunto de blusa e calça listrado, preto e branco, usado por Rita no seu primeiro show após o tempo na cadeia. A cantora foi presa em 1976, grávida de três meses de seu primeiro filho, Beto Lee, após supostas denúncias sobre uso de drogas durante shows. Era o tempo da ditadura militar no Brasil e é fato que a cantora incomodava. Mas, como estava gestante, ela tinha parado o consumo de substâncias ilícitas. 

A cantora Rita Lee, uma mulher branca e idosa, na capa da revista Rolling Stone. Ela usa um acessório de cabeç de pérolas e batom rosa. - Metrópoles
Em novembro de 2022, a edição brasileira da revista Rolling Stone destacou o legado de Rita Lee

 

A cantora Rita Lee, uma mulher branca e idosa, na capa do caderno Ela, do jornal O Globo. Ela usa uma meia calça vermelha, um vestido preto com detalhes brancos, um óculos laranja e um chapéu preto. - Metrópoles
Em entrevistas recentes, a cantora costumava falar sobre envelhecimento como uma fase natural da vida

 

A cantora Rita Lee durante um show em 2008. Ela é uma mulher branca e idosa, com cabelos lisos pintados de vermelho. Usa um óculos amarelo, chapéu preto, uma camisa colorida e colete e calça, ambos pretos. - Metrópoles
Uma das artistas mais potentes do país, Rita estava afastada dos palcos desde 2013, quando anunciou sua aposentadoria

 

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De ascendência norte-americana e italiana, Rita Lee começou a carreira musical aos 19 anos no grupo Os Mutantes, no qual conheceu o primeiro marido, Arnaldo Baptista. No entanto, após o divórcio, Rita foi expulsa da banda musical em 1972, pelo ex-marido
Em 1973, fundou a banda Tutti Frutti com a amiga Lúcia Turnbull e, em 1976, começou um relacionamento com o guitarrista Roberto de Carvalho, com quem mantinha um relacionamento desde então
Com o fim do Tutti Frutti, em 1979, passou a cantar ao lado do marido. Juntos, conquistaram reconhecimento internacional, lançaram hits de sucesso, mas resolveram seguir carreira solo em 1990
Durante a ditadura militar, Rita foi presa enquanto estava grávida do primeiro filho para servir como “exemplo para a juventude da época”. No entanto, não se calou. Lançou singles contra o período truculento brasileiro e se tornou referência musical com suas letras repletas de acidez e com reivindicações da independência feminina
Com mais de 55 milhões de discos vendidos, Rita iniciou a carreira no rock, passou por pop rock, MPB, bossa nova e se aventurou até mesmo na música eletrônica. Considerada uma das artistas mais influentes do Brasil, participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade
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Rita Lee Jones de Carvalho, nascida em 1947, é uma cantora, atriz, compositora, ativista e escritora brasileira. Natural de São Paulo, Lee é considerada a rainha do rock brasileiro

Rui M. Leal / Colaborador/ Getty Images
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De ascendência norte-americana e italiana, Rita Lee começou a carreira musical aos 19 anos no grupo Os Mutantes, no qual conheceu o primeiro marido, Arnaldo Baptista. No entanto, após o divórcio, Rita foi expulsa da banda musical em 1972, pelo ex-marido

Divulgação
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Em 1973, fundou a banda Tutti Frutti com a amiga Lúcia Turnbull e, em 1976, começou um relacionamento com o guitarrista Roberto de Carvalho, com quem mantinha um relacionamento desde então

Reprodução/ Instagram
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Com o fim do Tutti Frutti, em 1979, passou a cantar ao lado do marido. Juntos, conquistaram reconhecimento internacional, lançaram hits de sucesso, mas resolveram seguir carreira solo em 1990

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Durante a ditadura militar, Rita foi presa enquanto estava grávida do primeiro filho para servir como “exemplo para a juventude da época”. No entanto, não se calou. Lançou singles contra o período truculento brasileiro e se tornou referência musical com suas letras repletas de acidez e com reivindicações da independência feminina

Rui M. Leal / Colaborador/ Getty Images
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Com mais de 55 milhões de discos vendidos, Rita iniciou a carreira no rock, passou por pop rock, MPB, bossa nova e se aventurou até mesmo na música eletrônica. Considerada uma das artistas mais influentes do Brasil, participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade

Instagram/Reprodução
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Entre os maiores singles de sucesso da cantora, estão: Amor e Sexo, Agora Só Falta Você, Ovelha Negra, Desculpe o Auê, Erva Venenosa, Menino Bonito, Lança Perfume, Baila Comigo, Banho de Espuma, entre outros

Reprodução/ Instagram
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Com mais de 50 anos de carreira, cantou ao lado de grandes nomes da música brasileira, tais como: Elis Regina, Caetano Veloso e João Gilberto. Em 2001, ganhou o Grammy Latino de melhor álbum de rock em língua portuguesa e, em 2008, foi eleita uma das maiores cantoras do país pela revista Rolling Stone

Divulgação
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Com Roberto de Carvalho, teve três filhos: Beto Lee, nascido em 1977; João, nascido em 1979; e Antônio, nascido em 1981

Reprodução/Instagram
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Em 2013, a cantora anunciou que se aposentaria dos palcos e se mudou para um sítio com o marido. Segundo ela, a intenção era “viver em paz e de forma anônima”

Reprodução/ Instagram
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Em 2016, no entanto, Rita decidiu lançar uma autobiografia. Na obra, denominada Rita Lee: Uma autobiografia, a cantora revelou ter sofrido violência sexual aos 6 anos

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Em 2021, a equipe de Rita Lee usou as redes sociais para noticiar aos fãs que a cantora iniciou tratamento contra um câncer no pulmão esquerdo. Segundo a nota, a roqueira descobriu a condição durante exames de rotina e estava em tratamento desde então

Reprodução/ Instagram
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Recentemente, Rita Lee havia postado no Instagram que estava curada do câncer nos pulmões. À época, para comemorar, a cantora publicou na rede uma foto tirada pelo marido, Roberto de Carvalho, na chácara em que viviam, em São Paulo

Reprodução

 

Troca-troca de peças

Impossível não falar do macacão branco drapeado usado pela artista na capa do álbum Lança Perfume, de 1980. A peça era da estilista norte-americana Norma Kamali. Rita Lee repetiu o look no especial Grande Nomes: Rita Lee Jones, na TV Globo. O movimento da peça deixou até Elis Regina apaixonada, que garantiu uma para chamar de sua.

Ainda na época de Os Mutantes, na década de 1960, Rita Lee aprontou nos estúdios da TV Globo. Nos estúdios do Jardim Botânico, a cantora acabou assistindo à gravação de uma cena da novela O Sheik de Agadir em que a atriz Leila Diniz aparecia vestida de noiva.

Rita e Leila se deram bem e a atriz acabou oferecendo o vestido de noiva do figurino emprestado. A cantora usou a peça em duas ocasiões: em apresentação no Festival Internacional da Canção e na capa do álbum Mutantes, de 1969.

A paulista ainda tem outra história de “crime fashion”. Em uma passagem por Londres, capital da Inglaterra, Rita Lee visitou a Biba, loja mais badalada das décadas de 1960 e 1970. Ela provou uma bota prateada de salto e fingiu que estava apertada. Enquanto a vendedora foi no estoque pegar um número maior, a cantora saiu da loja com o calçado sem pagar.

A cantora Rita Lee na capa do seu álbum Lança Perfume, de 1980. Ela é uma mulher branca e jovem, de cabelo liso longo e com franja, e usa um macacão branco plissado. - Metrópoles
Elegante e fluido, o macacão branco do álbum Lança Perfume virou uma marca da Rainha da Rock

 

A cantora Rita Lee reproduz a capa do seu álbum Lança Perfume, de 1980. Ela é uma mulher branca e idosa, de cabelo curto liso, e usa um macacão branco plissado. - Metrópoles
Em 2018 foi lançada a publicação FavoRita, pela Globo Livros, que revisitava a carreira da roqueira. Rita aproveitou para reproduzir a capa de Lança Perfume

 

Acessório chave: óculos

Quem nasceu no fim dos anos 1990 ou 2000 pode ter uma imagem bem específica de Rita Lee na cabeça: a cantora com os cabelos vermelhos curtos e de óculos escuros redondos. O acessório virou sua marca registrada.

Apesar do item agregar estilo, Rita não o incorporou pela estética. A cantora sofre de fotofobia, hipermetropia e astigmatismo. Caito Maia, fundador da Chilli Beans e fã de rock – e da paulista – viu aí uma oportunidade. 

Em 2015, a marca brasileira de óculos lançou uma coleção em homenagem a Rita Lee. Segundo o próprio Caito, as peças foram sucesso de venda. Neste ano, o empresário relembrou o processo de criação e como a cantora esteve envolvida nas etapas. 

Apesar de não ser um “fashion icon”, Rita Lee é um ícone completo, com um legado que se expande por toda a cultura brasileira. Sua influência vai da música à moda e seu legado permanecerá vivo em cada alma rebelde no país.

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