Para encerrar o principal circuito internacional de desfiles, o Paris Fashion Week seguiu até essa terça-feira (3/10). Desde o dia 26 de setembro, marcas renomadas promoveram apresentações de primavera/verão 2024 na capital francesa. Entre os destaques, estão as grifes Germanier, Rabanne, Balmain, Chloé, Alexander McQueen e Miu Miu.
Vem saber detalhes!
Germanier
Pela segunda vez, o estilista suíço Kevin Germanier convidou o brasileiro Gustavo Silvestre para uma collab. A coleção Les Venimeuses, para a primavera/verão 2024 da etiqueta Germanier, foi criada com o intuito de dar voz e beleza ao “feio, desprezível e criaturas incompreendidas do universo”.
“A coleção é uma ode à primeira vez, uma explosão de arco-íris, um exército de criaturas caminhando pela passarela para expandir a beleza oculta da natureza. Inspiradas no fascinante mundo das criaturas venenosas, as silhuetas nos levam a uma viagem profunda ao coração dos mais enigmáticos e perigosos habitantes da natureza”, explicou a label em comunicado.
A mistura fascinante de texturas deu vida a modelagens performáticas e multicoloridas, a partir do uso de materiais não convencionais e reaproveitados. Lantejoulas, miçangas e cristais Swarovski incrementam as produções.
Revelados no Paris Fashion Week, os itens foram confeccionados artesanalmente no Brasil devido à colaboração com Gustavo Silvestre, fundador do Projeto Ponto Firme, que atua na ressocialização de detentos e egressos do sistema prisional por meio da moda e do crochê. O resultado também é fruto da parceria com a Círculo, fabricante de fios para trabalhos manuais.
Participaram da confecção imigrantes, mulheres resgatadas do trabalho análogo à escravidão na indústria têxtil de São Paulo e pessoas trans em situação de vulnerabilidade social. “Foram quatro meses de produção e mais de 500 horas dedicadas somente ao trabalho manual, sem contar as outras etapas de confecção”, revelou Silvestre.
Rabanne
“Origens do futuro”: esse é o conceito por trás da coleção de primavera/verão 2024 da Rabanne. Guerreiras metalizadas foram retratadas na passarela da Semana de Moda de Paris.
“Ibiza nos anos 1970, que era muito Paco Rabanne. Sempre houve essa coisa [em seu trabalho] de que poderiam ser sacerdotisas místicas para algum tipo de templo, mas você nunca pode dizer de que época elas vêm”, sintetizou o estilista Julien Dossena, diretor criativo da marca, à Vogue.
O looks foram compostos pela clássica malha de metal, em diferentes tamanhos e formatos. Franjas e capuzes texturizados incrementaram o repertório. Nos pés, vale a pena reparar nas gladiadoras futuristas.
Balmain
O desfile da Balmain para esta temporada se tornou uma incógnita após 50 peças da coleção de primavera/verão 2024 serem roubadas, a poucos dias do Paris Fashion Week. Segundo Olivier Rousteing, diretor criativo da marca, a ação ocorreu durante o transporte das peças.
“Nossa entrega foi sequestrada. O caminhão foi roubado. Graças a Deus, o motorista está bem. Tantas pessoas trabalharam tanto para que essa coleção acontecesse. Estamos refazendo tudo, mas isso é tão desrespeitoso. Tantos trabalhadores, fornecedores, minha equipe e eu”, escreveu o estilista no Instagram às vésperas do show.
Apesar do imprevisto, a equipe conseguiu refazer 70% dos itens roubados e o resultado foi entregue na passarela. “O tema desta coleção é o seguinte: se eu morrer amanhã, só quero que as pessoas se lembrem de que me certifiquei de que Balmain fosse uma casa de luxo francesa. E o que é francês? Acho que essa é mais a questão”, introduziu o designer.
O compilado entrega alfaiataria descolada, com blazers estruturados, que fazem parte do DNA da maison. Vestidos de corte acentuado com volume no quadril e mix de estampas complementam o repertório.
Entre os prints, poá, xadrez, botânica e imagens abstratas. Confeccionadas em couro, látex e até em garrafas de plástico recicladas, as flores, adoradas pelo fundador da etiqueta, Pierre Balmain, apareceram como adornos em vários visuais.
Chloé
Um dos destaques desta temporada no Paris Fashion Week foi o desfile da Chloé, que ficou marcado pelo encerramento com o samba da Mangueira. Em uma verdadeira festa, a bateria carioca entoou a composição Exaltação à Mangueira, de Aloisio Augusto da Costa e Enéas Brittes da Silva.
A última coleção criada pela estilista Gabriela Hearst, que deixou a grife francesa após três anos no comando criativo, foi revelada no dia 28 de setembro. O cenário escolhido foi o Porto de la Bourdonnais, às margens do rio Sena.
O compilado revelado explora a beleza das formas das flores. Na passarela, o grande destaque foram as texturas, com direito a camadas tridimensionais, drapeados minuciosos, mangas bufantes em tecidos metalizados e plumas.
“Acho que é minha coleção favorita que já fiz em 20 anos”, disse Hearst ao portal WWD. Segundo a estilista, o trabalho foi o que teve menor impacto ambiental e com o maior uso de materiais reaproveitados, na história da marca. “E ela [a coleção] exigia muito que mantivéssemos os padrões elevados”, completou a uruguaia.
Alexander McQueen
Nessa terça-feira (3/10), o estilista Seán Mcgirr foi anunciado como o novo diretor criativo da Alexander McQueen. Poucos dias antes, Sarah Burton apresentou a última coleção criada para a grife britânica, no Paris Fashion Week. Ela estava no comando desde a morte do fundador, em 2010.
“Esta coleção é inspirada na anatomia feminina, na Rainha Elizabeth I, na rosa vermelha sangue e em Magdalena Abakanowicz, uma artista transgressora e poderosa que se recusou a comprometer sua visão”, contou Burton em comunicado à imprensa. “O resultado é dedicado a Lee Alexander McQueen, cujo desejo sempre foi empoderar as mulheres, e à paixão, talento e lealdade da minha equipe”, completou.
Nos visuais, a estilista fez referências ao trabalho de Lee, com direito a espartilhos e corpetes em peças nada óbvias, como blazers. Em algumas criações, as pétalas da rosa vermelha causam ilusão de ótica, como alusão a vaginas. Decotes, recortes e ombros marcados estão no compilado.
Miu Miu
A primavera/verão 2024 da Miu Miu foi definida como uma “busca por definição reflexiva, um endereço reativo de beleza para os tempos modernos”. A nova coleção criada por Miuccia Prada foi desfilada no Palais d’Iéna, durante a Semana de Moda de Paris. Para o cenário, a artista catari-americana Sophia Al-Maria desenvolveu uma paisagem de ruínas tecnológicas.
Nos looks, gola polo e comprimento mini são os protagonistas. Sucesso das últimas temporadas, a calcinha à mostra reapareceu em variadas tonalidades e diferentes combinações. A cintura extremamente baixa também surgiu na passarela. Entre o calçados, as polêmicas sapatilhas e rasteiras.
Paris Fashion Week: primavera/verão 2024
Depois das semanas de moda de Nova York (Estados Unidos), Londres (Inglaterra) e Milão (Itália), o radar fashion se voltou para Paris. Na capital francesa, a programação incluiu marcas tradicionais, como Dior, Saint Laurent, Givenchy, Hermès, Schiaparelli e Louis Vuiton. Nessa terça-feira (3/10), último dia de desfiles, o calendário englobou as grifes Chanel e Aigle, entre outras.
