Com Rebeca Ligabue, Luiz Maza, Júlia Marques, Pedro Ângelo e Igor Teixeira

Dionne Warwick: autenticidade define o estilo da lendária cantora

O legado da artista estadunidense vai além da música e da fama de “rainha do Twitter”, com looks que marcaram os mais de 60 anos de carreira

atualizado 21/05/2023 20:07

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Dionne Warwick - Metrópoles Scott Dudelson/Getty Images

Carregar mais de 60 anos de carreira, ainda em atividade, não é para qualquer um. Neste mês, a turnê que marca a despedida dos palcos de Dionne Warwick está passando por quatro cidades brasileiras. Entre elas, Brasília, nesta terça-feira (23/5), em show realizado pelo Metrópoles Music. Para além da trajetória profissional e da fama de “rainha do Twitter”, a artista tem uma relação com a moda que também exala autenticidade. Da vida aos palcos, a coluna destrincha, a seguir, os momentos fashion mais memoráveis de Dionne, de 82 anos, uma das vocalistas mais importantes da música global.

Vem entender o estilo da cantora!

Em 12 de dezembro de 1940, na cidade de East Orange, em Nova Jérsei, Estados Unidos, nascia Dionne Warwick. A futura estrela já estava imersa na música desde o berço: a mãe comandava um grande coral gospel, enquanto o pai atuava como promoter musical. Como várias cantoras de sucesso, Dionne começou a soltar a voz ainda na infância, em igrejas, quando também aprendeu a tocar piano e órgão. Já adolescente, fez vocal de apoio em apresentações e gravações de artistas locais com o grupo The Gospelaires, do qual fazia parte.

O verdadeiro mergulho no mercado fonográfico veio nos anos 1960, período que reuniu o lançamento do primeiro single, aparições na televisão, em teatros e casas noturnas, e até a turnê mundial. O primeiro sucesso foi a canção Don’t Make Me Over, de 1962. Já o primeiro dos cinco Grammys de Dionne veio em 1969, na categoria de Melhor Performance Vocal Pop Feminina, pela canção Do You Know the Way to San Jose?, de 1968. Para lá de simbólico, aquele foi o primeiro prêmio Grammy concedido a uma artista afroamericana daquela geração.

Ao longo das décadas seguintes, Dionne – que é prima de Whitney Houston – emplacou hits como Deja Vu (1979), I’ll Never Love This Again (1979), Heartbreaker (1982) e That’s What Friends Are For (1985). Os lançamentos de álbum continuaram por décadas a fio, totalizando um repertório com mais de 50 discos e mais de 100 milhões de unidades vendidas. Em 2019, a cantora lendária recebeu um Grammy por sua obra musical, além de já ter publicado uma autobiografia, e, alguns anos depois, estrelar o documentário Dionne Warwick: Don’t Make Me Over (2021).

Dionne Warwick, uma das cantoras mais importantes do século 20, apresenta-se em Brasília nesta terça-feira (23/05), em show da turnê que marca sua despedida dos palcos, realizado pelo Metrópoles Music

 

A artista de 82 anos deu início à carreira no mercado musical nos anos 1960

 

Além do sucesso na música e da fama de “Rainha do Twitter”, Dionne tem uma relação com a moda

 

Vencedora de cinco troféus do Grammy, a cantora estadunidense vendeu mais de 100 milhões de discos

 

Ela é sobrinha da também cantora Cissy Houston, mãe da eterna Whitney Houston

 

Dentro e fora dos palcos

Desde a entrada no mercado musical, o visual de Dionne Warwick acompanhou o zeitgeist fashion que marcou cada fase do século 20. Na década de 1960, incorporou os vestidos tubinho e o penteado ao estilo Jackie Kennedy, enquanto trouxe os cabelos com fios curtos e as modelagens amplas nos anos 1970.

A cantora também flertou com o exagero que marcou os anos 1980, abraçando brilhos e texturas. Fotos em eventos e estúdios registram a passagem da moda na carreira da artista, que também é marcada pela amizade com grandes estilistas, a exemplo de Pierre Cardin.

Dionne conheceu Cardin no aniversário do designer, nos anos 1960, durante sua primeira viagem a Paris. Naquela década, o couturier se destacou por vestir mulheres negras. A capa do álbum Make Way for Dionne Warwick (1964), vale destacar, exibe o primeiro vestido do estilista francês comprado pela cantora, ela disse à InStyle em 2020. No mesmo perfil, o site destaca que a artista fazia o próprio styling, além de ter sido amiga de Oscar de la Renta, Valentino Garavani e Yves Saint Laurent, todos consagrados mundialmente.

Quando o assunto é estilo, uma inspiração que a própria Dionne destaca é Marlene Dietrich, que certa vez “jogou todas suas roupas fora”, como relembrou a artista, em entrevista à InStyle. A situação ocorreu em Paris, quando a atriz e cantora, que morreu em 1992, jogou os figurinos de Dionne porta afora em um backstage. “Ela simplesmente decidiu: ‘Você vai aprender como se vestir de verdade. Se você vai subir neste palco, é assim que você deve fazer.’ Ela me apresentou à alta-costura, como ela adorava dizer. Para desgosto dos meus contadores, eu me acostumei muito, muito com a alta-costura”, contou a artista.

Cada fase que marcou a moda do século 20 também esteve presente no visual de Dionne Warwick naquele período

 

Nesta foto, ela usa vestido de Pierre Cardin, estilista que morreu em 2020, de quem ficou amiga ainda nos anos 1960, em sua primeira viagem a Paris

 

Detalhes como o corte de cabelo e a estampa do vestido registram o tempo, como neste clique de meados de 1968

 

Outro registro do mesmo período, na Inglaterra, com vestido leve e linhas de ar psicodélico

 

Aqui, novamente, um detalhe que marca presença nos visuais da cantora até os dias atuais: brilho

 

Visual glam marcado pelas mangas bufantes e a silhueta acinturada

 

Dionne também embarcou no exagero dos anos 1980, mas neste clique já do fim daquela década, o look ganha um tom sóbrio e esportivo

 

Vestido extravagante com ombreiras, maquiagem com rosa acentuado e cabelo black power

 

Mais uma dose de irreverência oitentista, em foto de 1985

 

Nesta imagem, de 1992, um visual mais próximo do estilo atual da cantora

Atualmente

Meio casual chique, meio glam, meio esportiva. Às vezes, até acompanhado de uma pochete. O estilo de Dionne dos anos 2010 aos dias atuais faz uma mescla ideal de todos esses elementos, ora acompanhado por itens de alfaiataria e peças que não economizam no paetê. Vale destacar, também, os vestidos chamativos e as blusas em tecidos fluidos que fazem um aceno aos anos 1970 com caimento solto, estampas, e, novamente, brilho. Para ela, mostrar-se ao mundo da forma que o público espera é um compromisso.

Os looks autênticos da artista nos últimos anos provam que o etarismo não tem vez, assim como a ideia ultrapassada de que celebridades não repetem roupas. Em diversas ocasiões, às vezes com intervalo de anos, a cantora reaparece com peças statement, como alguns de seus casacos mais marcantes, provando que boas escolhas são aquelas feitas para durar.

No auge dos 82 anos, Dionne, que ousou ao transitar entre o soul e o pop desde o início na carreira, mantém firme a persona glamorosa, com escolhas que exalam liberdade e confiança de si. Prova dessa irreverência são os tweets bem-humorados que fez durante a pandemia, com piadas desde sobre namorar o humorista Pete Davidson até um questionamento – válido – sobre o nome artístico de Chance the Rapper. Brincadeiras que renderam a ela o título de “rainha do Twitter”.

Fluidez nos tecidos e brilho marcam presença no estilo de Dionne Warwick nos dias atuais

 

Quimonos com amarração estão entre as peças-chave da cantora

 

Franjas, um rosa marcante e a estampa dourada no vestido que vez ou outra é a escolha da artista em aparições públicas

 

Neste visual de 2022, o brilho complementou a estampa de zebra

 

Cheio de detalhes, este casaco é outra peça que também marca presença em visuais da estrela internacional. Clique de 2023

 

Outro item chave no estilo de Dionne: a inseparável pochete, sobretudo nas produções mais casuais, ou que carregam um ar mais esportivo…

 

… Como é o caso deste outro look, com jaqueta bomber e boné

 

Que tal um patchwork jeans?

 

Outro casaco que, possivelmente, figura entre os favoritos da cantora

 

Aposta de Dionne para o tapete vermelho do Grammy de 2019, edição na qual recebeu o Lifetime Achievement Award, que reconheceu o conjunto de sua obra

 

Dionne também curte complementar o visual com óculos de sol coloridos

 

Produção com ar chique e clássico

 

Neste look, os adornos da camisa se destacam em meio à alfaiataria monocromática, assim como os detalhes em prata metálico do sapato e da clutch

 

Camadas de vermelho se complementam entre o casaco e a calça

 

Qual será a escolha da artista lendária para o show desta terça-feira?


Lar, doce lar

A turnê One Last Time é a última de Dionne Warwick, como o nome indica, mas os shows deste mês não encerram a passagem da artista pelo Brasil. Ao Metrópoles ela explicou a vontade de se mudar para a Bahia quando se aposentar. Fã declarada de feijoada, samba e bossa nova, Dionne visitou o país pela primeira vez nos anos 1960 e chegou a homenageá-lo no álbum Aquarela do Brasil (1994), que reúne covers de canções brasileiras e faixas originais.

Enquanto a mudança definitiva para a Bahia não acontece, os brasileiros que se encantaram pela trajetória da artista podem aproveitar para conferir de perto a razão de tanto sucesso no show promovido pelo Metrópoles Music nesta terça-feira (23/05), em Brasília, quando poderão ver alguns de seus maiores hits ao vivo pela última vez.


Colaborou Hebert Madeira

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