Com Rebeca Ligabue, Luiz Maza, Júlia Marques, Pedro Ângelo e Igor Teixeira

Conheça a marca que criou a bota vermelha gigante e o tênis satanista

O coletivo de arte MSCHF deu o que falar com o novo calçado. Grupo já foi processado pela Nike por tênis feito com o cantor Lil Nas X

atualizado 17/02/2023 9:45

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Mulher jovem e branca, de cabelos lisos, curtos e loiros, posa para foto em um fundo branco. Ela usa um top branco, que deixa a barriga de fora; uma bermuda jeans; uma bota vermelho que vai até quase o joelho. A foto é de divulgação da marca MSCHF. - Metrópoles MSCHF/Divulgação

“Não nos siga”, diz a biografia do coletivo de arte MSCHF no Instagram. Com sede em Nova York, nos Estados Unidos, a “marca” tem dado o que falar a cada lançamento, como o tênis satanista, feito em parceria com o cantor Lil Nas X, e a bota vermelha gigante que parece ter saído de um desenho animado.

Vem conhecer!

Redes sociais como o Instagram e o TikTok foram bombardeados, na última semana, com a nova peça da MSCHF: uma bota vermelha gigante. Mais uma vez, o coletivo de arte lançou um produto que não se propõe à funcionalidade, e sim a gerar polêmica. 

A peça rendeu diversas comparações e piadas pelo seu design. Apesar do coletivo não ter confirmado, internautas acreditam que a bota tenha sido inspirada no acessório do personagem Astro Boy, famoso mangá japonês. Outros ainda destacaram que parece o calçado usado pelo macaco Botas, melhor amigo da personagem Dora, A Aventureira

Lançada oficialmente no dia 16 de fevereiro, a Big Red Boot, do coletivo MSCHF, deu o que falar nas primeiras semanas do mês

 

No descrição do produto no site, o coletivo de arte brinca com o design, que lembra um desenho animado, e diz que, se o cliente chutar alguém com a bota, o chute faz a onomatopeia “boing

 

Internautas brasileiros compararam as botas aos calçados usados pela Mônica, personagem principal dos quadrinhos A Turma Da Mônica

Fato é que a peça já acumulava mais de 23 milhões de tageamentos no TikTok antes mesmo de ser oficialmente lançada. A peça só foi comercializada no dia 16 de fevereiro

O New York Times foi um dos veículos que tentou entrevista com o coletivo, mas teve o pedido negado. O MSCHF afirmou, apenas, que a bota vermelha gigante “não é uma sátira” e que foi feita de forma legítima, o que a torna um calçado adaptado para o dia a dia.

Fotos de famosos e influencers usando a peça gerou ainda mais repercussão nas redes sociais

 

O artista visual Rick Dick foi um que aderiu. Ele colocou digitalmente a peça em Anna Wintour, por exemplo, chefe da Vogue e “papisa” da moda

 

O look colorido monocromático era uma marca da rainha Elizabeth. Na interpretação de Rick Dick, a monarca arremata a produção vermelha com a bota da MSCHF

 

Outras peças polêmicas

À sua misteriosa biografia, o MSCHF pode adicionar que conseguiu chamar a atenção da Nike. O motivo, porém, não foi dos melhores. A gigante esportiva processou o coletivo pela apropriação de um dos seus tênis mais famosos, o Nike Air Max 97. 

O modelo reinterpretado pela MSCHF, nomeado Satan Shoes (Sapatos de Satã, em tradução livre), foi feito em parceria com Lil Nas X. A ideia era gerar um buzz em torno de Montero (Call Me By Your Name), clipe em que o cantor aparece em um pole dance “descendo” até o inferno.

O coletivo de arte “copiou” o design tradicional da Nike para criar uma peça promocional com o cantor Lil Nas X

 

Segundo a divulgação na época, foram criadas apenas 666 peças do modelo. Outra polêmica ainda rondou o lançamento: o detalhe do tênis que supostamente trazia sangue humano

 

No site oficial da MSCHF, o tênis está com uma tarja de censurado. A medida foi tomada após o processo da Nike contra a marca

Outra polêmica de 2021 envolveu duas empresas de peso da moda: a marca de calçados Birkenstock e a grife Hermès. O coletivo fez uma brincadeira entre o nome da primeira etiqueta e a Birkin, a bolsa mais famosa da casa francesa. Nasceu, assim, uma sandália Birkenstock feita com couro da famosa bolsa.

A ideia do coletivo é subverter também ícones do design. Recentemente, o MSCHF lançou a Times Newer Roman, uma fonte um pouco mais larga que a clássica Times New Roman.

Luxo nos pés: as sandálias Birkinstock da MSCHF imitava o design da Birkenstock com o couro da Birkin, bolsa da grife Hermès

 

Absurdo fashion? A peça esgotou no e-commerce da MSCHF. O preço do calçado variava entre US$34.000 e $76.000, a depender da bolsa utilizada para a confecção

 

“Etapas adicionais aumento o valor de varejo. Portanto: faça objetos de luxo a partir de outros objetos de luxo”, explica o manifesto da marca sobre o produto

O valor do mistério

A jornalista Callie Holtermann, do New York Times, definiu a “essência” da marca como “uma rica história de trollar a cultura de consumo, às vezes fazendo novos bens de consumo”.

O fato é que pouco se sabe sobre o coletivo. Ainda segundo o veículo, o MSCHF nasceu oficialmente em 2019. A iniciativa é composta por cinco homens, que não definem títulos e/ou funções. São eles: Daniel Greenberg, Gabriel Whaley, Stephen Tetreault, Kevin Wiesner e Lukas Bentel.

No site oficial do grupo, também não há informações a respeito de sua atuação. A página funciona como um portfólio de todos os projetos irreverentes pensados pelos cinco integrantes, como produtos da moda até design de posters/embalagens. 

“Coma Os Picolés de Ricos”: o coletivo criou três picolés com “sabor” ricos. Acima, versão com Mark Zuckerberg

 

O picolé de ricos tem ainda mais sabores: Elon Musk, dono da Tesla; Jeff Bezos, criador da Amazon; Bill Gates, fundador da Microsoft; Jack Ma, do e-commerce chinês Alibaba

 

Outra ação da MSCHF brincava com a tradição italiana do trabalho com couro. A coleção de bolsas se chama Made in Italy, mas era feita no Texas, nos Estados Unidos

 

Deboche sem fim: as bolsas da coleção eram vendidas no restaurante de Mark Iacono e estavam inclusas no menu do local

Podemos especular que a falta de uma “bio” do coletivo garante aos cinco integrantes carta branca para criar livremente, sem se encaixar em definições ou rótulos. A dúvida fica, porém, se a MSCHF quer polemizar para vender ou, de fato, para criticar o funcionamento da moda e do capitalismo

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