Os itens vintage são a prova viva de que bons clássicos são imunes ao tempo. Nos últimos anos, potencializados pelo constante sentimento de saudosismo na moda, estéticas e modelos que marcaram outras décadas voltaram diretamente para o guarda-roupa das fashionistas. Com a alta procura, brechós de segunda mão têm ofertado ao público peças seminovas, elencadas por meio de uma cuidadosa curadoria. A coluna reuniu três empresas especializadas na curadoria de peças de luxo, com vendas on-line, para todos os gostos e estilos.
Vem conferir!
Como em uma conta matemática, os amantes de moda têm somado o visual com itens que equilibram diferentes características. Nessa busca por identidade e construção de uma assinatura pessoal, muitos recorrem a peças de luxo garimpadas para completar as combinações com autenticidade e, principalmente, exclusividade.
Ao mesmo tempo que a globalização acelerou os processos, ela também tornou as vitrines homogêneas. O que as grandes empresas reproduzem na Europa, por exemplo, logo são replicadas por outras marcas dos mais distantes e distintos cantos. Com isso, quem encontra na moda um lugar de expressão, recorre a outros ambientes para adquirir as roupas, como os brechós.
Há um universo de possibilidades: camisetas, óculos, jaquetas, acessórios e jeans de etiquetas desejadas. Antes raros, os empreendimentos do ramo cresceram, conquistaram e consolidaram um público fiel. As novas gerações, em especial, têm preferido investir em uma bolsa dos 1990, por exemplo, a comprar uma nova peça de fast fashion.
Find
O Find é o paraíso para quem busca peças vintage com um ar glamoroso. Fundado por Victor Rodrigues, o brechó tem como diferencial a curadoria de bolsas de marcas renomadas, carteiras, óculos, sapatos e acessórios, como chapéus, cintos e chaveiros.
Publicados no feed e nos Stories do Instagram, os achados de Victor esgotam em questão de minutos. Indo além da venda dos produtos, ele criou uma verdadeira comunidade de amantes de segunda mão de luxo. Ao todo, o Find soma 12 grupos fechados no WhatsApp. Por lá, são divulgados os novos itens do portfólio.
Lixomania
Com a certeza de que o “lixo” de um pode ser um tesouro de descobertas para o outro, Rachel Smidt resolveu reunir as peças garimpadas no Brasil e no mundo em um só lugar. E, assim, nasceu o antiquário de vestuário Lixomania, que vende pelo Instagram, além de ponto físico.
“Nos meus garimpos pelo Brasil e pelo mundo, eu comecei a pegar peças que não eram necessariamente para mim, mas que também eram muito preciosas para serem deixadas para trás. Logo, veio o nome Lixomania à minha mente, pois muitos dos meus garimpos eram descartes de peças que as pessoas não queriam mais”, contou a proprietária em entrevista publicada pela coluna para a série Moda Brasília.
As peças da “Lixo” se destacam por um fator marcante: a curadoria especializada. O espaço reúne achados de décadas distintas, antiguidades e itens raros de grandes grifes. Rachel Smidt mapeia os fornecedores em Brasília e também no entorno do Distrito Federal.
O segredo para encontrar boas peças? Ela não hesita em sua resposta: olhar atento e uma boa comunicação. “Entendo a importância de todos os segmentos de brechós, mas vejo no vintage a possibilidade de se ter uma roupa com mais qualidade, durabilidade, história, estilo e, principalmente, exclusividade”, pontuou.
Em sua “caça ao tesouro”, como denomina a busca por novos itens para somar o portfólio, um dos objetivos da empresária é encontrar roupas de boa qualidade e que, de fato, representem a década na qual elas foram produzidas. Quem mora em Brasília pode conferir a seleção da Lixomania na 506 Sul, no espaço Infinu.
Seff
A página da Seff Vintage mais parece o guarda-roupas da Carrie Bradshaw, personagem da icônica série noventista Sex and The City. Bolsas baguete, broches maximalistas, botas de couro diretamente dos anos 1990 são alguns dos itens que englobam a curadoria.
Com o segmento delimitado, o brechó atrai um público igualmente estiloso. Em geral, os clientes do Seff buscam por itens singulares para complementar as produções do cotidiano com um “ar” diferenciado.
Grifes como Dior, Gucci, Fendi, Versace e Prada compõe o portfólio da empresa. Dentre as peças, vale o destaque para as armações solares. Além da venda, o empreendimento também realiza a compra de itens dos próprios clientes.
Em um tempo em que a indústria têxtil é endereçada como uma das maiores responsáveis pela produção de lixo, repensar não somente a quantidade como também a fonte de consumo torna-se uma necessidade. Ao optar por produtos que já existem no mundo, coloca-se em perspectiva que as maneiras apresentadas de comprar podem — e devem ser — questionadas.
