Alas do PT atuam para emplacar um relator alinhado ao governo Lula na CPMI das invasões de 8 de janeiro, que foi criada nesta quarta-feira (26/4) em sessão do Congresso Nacional.
A ideia é que o partido e seus aliados no Parlamento trabalhem para que a indicação da relatoria fique com o Senado, enquanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicaria a presidência.
Nas conversas, parlamentares petistas explicam que a chance de ter um relator aliado é maior caso a relatoria fique com o Senado, onde o governo tem uma maioria mais confortável do que na Câmara.
Como mostrou a coluna, Lira trabalha, nos bastidores, para indicar um aliado para relatar as investigações sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro. O favorito é o líder do PP na Casa, André Fufuca (MA).
Entre as lideranças petistas, o nome de Fufuca é considerado “neutro” e não incomodaria, caso fosse presidente, e não relator dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito mista.
Aliados de Lula devem se reunir nos próximos dias com o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que está voltando de Portugal, para discutir possíveis nomes.
Um dos nomes preferidos dos petistas e de integrantes do Palácio do Planalto é o senador de Renan Calheiros (MDB-AL), adversário de Lira, e que também esteve em Portugal com Lula.
Maioria governista
Nas contas dos governistas, a maioria dos dois blocões da Câmara deve ajudar o Planalto a ter maioria na CPMI. Petistas contam com indicações de aliados, sobretudo do bloco que tem MDB, PSD e Republicanos.
Há esperança até mesmo de que o União Brasil vá indicar parlamentares favoráveis ao governo. Hoje, a sigla não integra a base do governo, mesmo com três indicações da sigla no ministério de Lula.