Embora também fosse de direita, o ex-presidente do Chile Sebastián Piñera, morto nesta terça-feira (6/2) em um acidente de helicóptero, já condenou publicamente falas de Jair Bolsonaro.
Um dos episódios ocorreu em 2019, quando Piñera, então no exercício da presidência do Chile, condenou ataque do então presidente brasileiro a ex-presidente chilena Michelle Bachelet.
O episódio começou com uma declaração de Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, na qual ela disse que houve uma “redução do espaço democrático” no Brasil durante a gestão Bolsonaro.
Pelas redes sociais, o então presidente brasileiro reagiu, atacando não só a ex-presidente chilena como o pai dela, preso e torturado durante a ditadura de Augusto Pinochet, na década de 1970, no Chile.
“Michelle Bachelet, comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha do Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares. Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à epoca”, escreveu Bolsonaro em setembro de 2019.
“É de público conhecimento meu compromisso com a democracia, a liberdade e o respeito aos direitos humanos em todos os tempos, lugares e circunstâncias. Sem prejuízo das diferentes olhares que podem existir em relação aos governos que tivemos nas décadas de 70 e 80, sempre estas visões devem se expressar com respeito pelas pessoas. Em consequência, não compartilho em absoluto a alusão feita pelo presidente Bolsonaro em relação a uma ex-presidente do Chile, e especialmente em um tema tão doloroso como a morte de seu pai”, afirmou.
