Senadores da oposição já admitem, nos bastidores, que a ofensiva contra Flávio Dino não será suficiente para impedir a aprovação, na Casa, da indicação do atual ministro da Justiça ao STF.
Sob reserva, líderes da oposição no Senado avaliam que a força do governo e o temor de alguns senadores de entrar em conflito com um futuro ministro do Supremo garantirão a aprovação.
Para oposicionistas, Dino tem ainda a seu favor o fato de sua indicação ter sido “apadrinhada” pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Um dos senadores mais influentes da Casa, Alcolumbre é o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, colegiado onde ocorrerá a sabatina do ministro da Justiça, em 13 de dezembro.
Placar apertado
Embora admita a vitória de Dino, a oposição prevê que a indicação será passará por uma margem apertada. Para ter seu nome aprovado, ele precisa do apoio de, no mínimo, 41 dos 81 senadores.
Mesmo reconhecendo que a indicação será aprovada, senadores oposicionistas prometem reforçar a ofensiva para tentar desgastar a imagem do ministro da Justiça.
A estratégia da ofensiva contra Dino foi discutida por parlamentares da oposição em almoço nesta terça-feira (28/11), em Brasília, conforme antecipou a coluna.
A ideia é explorar aspectos da gestão de Dino no Ministério da Justiça e como governador do Maranhão, estado governado pelo ministro por quase oito anos (2015 a 2022).
Segundo senadores, o objetivo será “provocar” Dino para que o ministro perca o controle durante a sabatina e isso, de alguma forma, o faça perder votos no plenário do Senado.