Não é só com Roberto Campos Neto que Lula anda irritado. O atual presidente da República também vem demonstrando a auxiliares próximos, nos bastidores, incomodo com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Segundo ao menos três influentes fontes do Palácio do Planalto, a irritação de Lula com Jean Paul é motivada, entre outros aspectos, pela demora da estatal em definir uma nova política de preços da empresa.
Na quarta-feira (22/3), a Petrobras anunciou redução de 4,48% no valor do litro do diesel repassado às distribuidoras, fazendo o preço médio do combustível passar de R$ 4,02 para R$ 3,84.
A petrolífera, porém, não anunciou qualquer alteração no preço de venda da gasolina nas refinarias. O último anúncio, nesse caso, ocorreu em 1º de março, quando o preço do litro passou de R$ 3,31 para R$ 3,18.
Venda de ativos
Outro ponto que vem incomodando Lula, segundo auxiliares presidenciais que dão expediente no Planalto, seria a demora da Petrobras em suspender a venda de ativos da empresa.
O assunto foi abordado pelo presidente da República em entrevista à TV 247 na terça-feira (21/3), quando Lula fez uma cobrança pública a Jean Paul para suspender a venda dos ativos.
“A gente já avisou para o presidente da Petrobras, o companheiro Jean Paul, que é preciso suspender todas as vendas de ativos. Não tem condições de continuar vendendo”, disse o presidente, acrescentando que essas questões devem ser resolvidas no campo da política.
A cobrança veio quatro dias após a Petrobras divulgar um fato relevante dizendo não ver fundamento para a suspensão das operações de desinvestimento nos casos em que já houve assinatura de contrato.
Apesar do incômodo, ministros palacianos afirmam que, por ora, Lula não pretende trocar o presidente da Petrobras, que tomou posse oficialmente no cargo há menos de dois meses.
Outro lado
Auxiliares de Jean Paul negam mal-estar entre ele e Lula. Segundo assessores, o presidente da República, inclusive, convidou o dirigente da estatal para uma agenda nesta quinta-feira (23/3), no Rio.
Sobre a definição de uma nova política de preços, interlocutores do presidente da Petrobras dizem que o problema é motivado pela demora nos trâmites para escolha dos novos diretores da estatal, concluída somente na quarta-feira (22/3).
