O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, alertou o então governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sobre o risco político de nomear o ex-ministro Anderson Torres como secretário da Segurança Pública do DF.
O alerta foi dado logo após bolsonaristas radicais tentarem invadir a sede da Polícia Federal e queimarem ônibus e carros em Brasília. Os atos de vandalismo ocorreram na noite do dia 12 de dezembro de 2022, quando Pimenta ainda não tinha sequer sido anunciado como ministro.
Segundo relatos, o então deputado Paulo Pimenta, que é gaúcho, mas mora em Brasília há mais de duas décadas, alertou Ibaneis de que a nomeação seria mal vista pelo governo Lula e autoridades do Judiciário, em razão da forte ligação de Torres com Jair Bolsonaro.
Ibaneis ignorou o conselho e nomeou Anderson Torres. A exoneração só veio após as invasões golpistas aos prédios dos três poderes, no domingo (8/1). Já era tarde demais. No mesmo dia, o ministro do STF Alexandre de Moraes decretou a prisão do secretário e o afastamento do governador do cargo.
