Apesar das duras críticas de Lula à privatização da Eletrobras, o Ministério do Desenvolvimento Regional de seu governo quer usufruir dos recursos gerados pela desestatização da empresa.
Sem citar nominalmente a palavra privatização, a pasta incluiu, em seu plano para os 100 dias de governo, a definição de onde serão alocados os recursos dos programas de revitalização de bacias hidrográficas.
Os programas foram criados por meio da Lei nº 14.182, que autorizou a desestatização. A lei foi aprovada em 2021 pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro.
“Proposição de prioridades para destinação dos recursos dos Programas de Revitalização de Bacias Hidrográficas criados a partir da Lei nº 14.182/2021”, escreveu o Ministério do Desenvolvimento Regional.
O programa em questão prevê investir R$ 5,8 bilhões dos recursos arrecadados com a capitalização da Eletrobras em ações de revitalização de bacias hidrográficas ao longo de 10 anos.
Segundo a lei aprovada, serão beneficiadas pelos recursos as bacias do Rio São Francisco e do Rio Parnaíba e as bacias que integram a área de influência dos reservatórios das usinas hidrelétricas de Furnas.
Crime de lesa-pátria
Em entrevista à TV247 na semana passada, Lula chamou a privatização da Eletrobras de “crime de lesa-pátria”. O presidente também defendeu que o governo volte a estatizar a empresa.