Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve ter sorte melhor do que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) na CPMI do 8 de Janeiro.
Governistas, que conseguiram pautar a quebra de sigilo telefônico e telemático de Zambelli para esta quinta-feira (24/8), admitem que será mais difícil alcançar Wassef na comissão de inquérito.
O problema estaria no presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), que só pautará um requerimento sobre Wassef se houver alguma ligação clara do advogado com os atos golpistas do 8 de Janeiro.
Até o momento, Wassef está envolvido apenas no caso das joias de Bolsonaro. O advogado foi aos Estados Unidos recomprar um relógio, dado de presente oficial a Bolsonaro e vendido pelo então ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid.
A própria relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), ao pedir a quebra de sigilo de Wassef, indicou que a relação do advogado com a CPMI é um possível financiamento dos atos golpistas com a venda das joias.
“Considerando que não houve o esclarecimento do motivo de venda destes bens, e a possível ligação com o financiamento dos atos antidemocráticos, verificamos a necessidade de aprofundar as investigações, e consideramos necessária a quebra do sigilo telemático conforme indicado no corpo do requerimento”, diz Eliziane no requerimento.
Nesta quinta-feira (24/8), a CPMI deve votar dois requerimentos considerados “prioridades” pela relatora. Dentre eles, a quebra de sigilo de Carla Zambelli e a reconvocação de Mauro Cid para um novo depoimento da comissão.