Após as recentes derrotas e ameaças ao governo impostas por Arthur Lira (PP-AL) e pelo Centrão, o presidente Lula mandou seus ministros acelerarem a liberação de cargos no segundo e terceiro escalões.
O petista, segundo apurou a coluna, também já cogita fazer uma reforma ministerial para entregar ministérios a siglas como Republicanos e PP, que não estão no governo hoje, e redistribuir as pastas do União Brasil.
Desde o final da manhã, integrantes da Casa Civil e da Secretaria de Relações Institucionais montaram uma verdadeira operação de guerra para acelerar as nomeações de apadrinhados de parlamentares.
Segundo fontes do Palácio do Planalto, a ordem de Lula foi para “exonerar e nomear” quem for preciso em cargos no segundo e terceiro escalões, para contemplar deputados que se comprometerem a votar com o governo.
A ordem foi dada por Lula durante reunião do petista com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) pela manhã, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
Durante a reunião, como noticiou a coluna, o presidente da República ligou para Lira. A previsão é de que os dois tenham um encontro presencial a sós ainda nesta quarta para continuar as negociações.
Reforma ministerial
Ministros do governo disseram à coluna que Lula também já cogita atender o pedido de Lira e ceder ministérios ao Republicanos, PP e União Brasil da Câmara, tendo o presidente da Casa como fiador dos acordos.
Embora o União já tenha três ministérios (Turismo, Comunicações e Integração Nacional), deputados da sigla dizem que as pastas contemplam apenas o senador Davi Alcolumbre, e não a bancada da Câmara.
Como o Metrópoles noticiou há pouco, para aprovar a MP da reestruturação ministerial e facilitar a vida do governo na Câmara, Lira cobrou de Lula o comando de quatro ministérios.
Com as sinalizações de que o presidente da República vai ceder, Lira e líderes do Centrão prometem aprovar a MP dos ministérios como uma “última chance” ao governo.
A MP seria votada na noite de terça-feira (30/5). Diante de ameaças de desfiguração da proposta, o próprio líder do governo pediu para adiar a votação da matéria. Lira, então, remarcou.
